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Dengue: Ministério prioriza produção nacional, mas vacina gera polêmica

O imunizante japonês, aprovado pela Anvisa em março, deve demorar para chegar no SUS. A vacina ainda precisa passar por uma análise de até 18 meses

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São 47 mil doses para pessoas com risco de evoluir para forma grave. Foto: Freepik

Vacina. Foto: Freepik

A decisão do Ministério da Saúde sobre a implementação de uma nova vacina contra a dengue, produzida pelo laboratório japonês Takeda, tem sido alvo de intenso debate no Brasil.

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Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde da pasta, Carlos Gadelha, há um forte interesse em priorizar a produção nacional de vacinas. O imunizante do Instituto Butantan está sendo desenvolvido desde 2009, e a previsão é que o estudo da vacina nacional seja enviado para análise da Anvisa somente em meados de dezembro de 2024. Dessa forma, a aprovação provavelmente não ocorrerá antes de 2025.

No entanto, a vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório Takeda, já obteve aval da Anvisa em março deste ano, com uma eficácia demonstrada de 80,2% contra todos os sorotipos da dengue. A vacina já está disponível na rede privada, com valores entre R$ 400 e R$ 500. Para ser oferecida na rede pública, precisa passar pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que ainda não aconteceu.

No entanto, o Ministério da Saúde emitiu uma declaração negando qualquer posicionamento contrário ao imunizante Qdenga e esclareceu que não declarou que a vacina só estaria disponível em 2025. Afirmou que a pasta está tratando o assunto com urgência e aguarda a documentação necessária do laboratório Takeda para avaliação da Conitec.

O ministério também reiterou a importância de ter um imunizante próprio, frisando a necessidade de autossuficiência em insumos estratégicos de saúde, como evidenciado pela pandemia de Covid-19. Entretanto, o ministério garantiu que a adoção de uma vacina contra a dengue dependerá exclusivamente de critérios científicos e tecnológicos, podendo incluir tanto produtos importados quanto produzidos localmente.

A matéria inicialmente publicada por O Globo foi atualizada para incluir essas informações.

A perspectiva de priorizar a produção nacional e a necessidade urgente de uma vacina eficaz contra a dengue gera uma polêmica considerável, principalmente tendo em vista o número crescente de casos de dengue no país. Conforme o último informe do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE Arboviroses), o Brasil registrou mais de 1,38 milhão de casos prováveis de dengue até o início de junho, um aumento de 22% em comparação com o mesmo período do ano passado.


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