fbpx

Dia a dia

Vídeo| Criador da Macakids achou que ia morrer e fez vídeo de despedida

O criador da Macakids Maikel Araújo e o piloto Ronald Menezes foram resgatados no litoral do Rio de Janeiro

Publicado

em

O criador da Macakids, Maikel Araújo, e o piloto da lancha, Ronald Menezes, foram resgatados no litoral do Rio de Janeiro. Foto: Renata Fermo

O criador da Macakids, Maikel Araújo, e o piloto da lancha, Ronald Menezes, foram resgatados no litoral do Rio de Janeiro. Foto: Renata Fermo

O empresário capixaba Maikel Araujo dos Santos, criador da Macakids, relatou momentos de desespero após a lancha em que estava com o piloto Ronald Menezes ficar a deriva durante dois dias. Os dois foram localizados na última terça-feira (30) por um rebocador no litoral de Campos, no Rio de Janeiro. Eles saíram para pescar no domingo (28) em Anchieta, mas um problema na lancha acabou fazendo com que os dois ficassem sem ter como voltar para casa.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (1), na sede do Corpo de Bombeiros (CBES), Maikel contou que em um momento de desespero chegou a pensar em nadar em direção à costa para buscar ajuda. Antes, no entanto, gravou um vídeo se despedindo da família caso ocorresse o pior.

“Fiz contato com outros reborcadores que estavam próximos, sinalizei, mas eles não me viam. Quando escureceu, já me preparei para passar uma noite bem longa. Às 5h da manhã, quando clareou, tive noção do tamanho das ondas. Achei que ia morrer. Pensei em nadar e voltar para buscar ele (o piloto). Deixei mensagem para minha esposa e para minha filha. Falei o quanto me arrependi de falar pouco que a amava. Queria expressar o quanto amava e o quanto estava sofrendo, não pela situação, mas de pensar neles sem notícias. Achei que não ia conseguir voltar, ver minha filha nascer, dar um abraço nos meus pais. Fiz um vídeo me despedindo deles porque já eram muitos dias e não tinha mais água para beber.”

Ele lembrou que o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) chegou a passar por cima deles, por volta das 11h, mas não os viu. “Acionamos os três rebocadores, mas acharam que estávamos apenas pescando. Resolvemos mudar a estratégia. Se um barco se aproximasse, gritaríamos para que entendessem que pedíamos socorro”, disse.

Maikel relatou que, para resistir, ele e o piloto improvisaram. Eles conseguiram se alimentar com os peixes que tinham pescado. Segundo ele, a pescaria era algo rotineiro. “Pesco toda semana, fico quatro horas e volto. A lancha navega muito rápido, levei só o básico: três pães, 100 gramas de queijo, uns biscoitos. Fizemos uma vela improvisada com a camisa, que empurrava a gente para a costa. Em quatro anos com a lancha, ela nunca tinha apresentado falhas. Só resta orar, agradecer e esperar a perícia para ver o que aconteceu.”

O piloto Ronald Menezes também relatou o desespero, mas sempre acreditou que seriam encontrados. “Eu dizia que Deus ia dar uma solução, tem muita gente orando, Ele vai mandar um anjo. Minha mãe falou para eu não ir. Preciso pedir perdão a ela, desobedeci porque queria pescar. Na hora pedi perdão porque Deus fala para honrar pai e mãe, e eu desonrei.”

O resgate para ele foi um alívio. “Queria agradecer o pessoal do rebocador. Acho que no primeiro momento acharam que só acenávamos, mas depois entenderam que pedíamos socorro. Foi nesse momento que pararam. Me surpreendi com minha calma no barco.

Maikel contou ainda que os dois viveram momentos momentos muito difíceis. “Em 30 anos de mergulho, nunca peguei um mar como o de segunda-feira. Era assustador o tamanho das ondas e do vento”. Segundo ele, quando foram resgatados fez um pedido. “Só queria pegar o celular e avisar que estava vivo. Quando sentei no chão do rebocador, só chorava. Pedi um celular para ligar para meu pai e falar que estava vivo.”

O empresário destacou que não foi um resgate fácil. “A lancha batia muito, o mar estava bravo. Foi difícil subir pela escada, mas graças a Deus conseguimos. Eles voltaram para o porto e a Martinha já estava nos aguardando. Só gratidão.”