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Crea-ES constata deterioração das estruturas do Cais das Artes

O Crea-ES irá preparar um relatório técnico sobre a situação das obras do local e encaminhar ao DER-ES, aos MPES e Federal e às instâncias judiciais pertinentes

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Vistoria do Crea-ES no Cais das Artes, em Vitória. Foto: Divulgação/CREA-ES

Vistoria do Crea-ES no Cais das Artes, em Vitória. Foto: Divulgação/CREA-ES

 

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Após uma vistoria técnica e fiscal nas obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá, em Vitória, na segunda-feira (5), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) constatou o estado de deterioração das estruturas.

Uma equipe multidisciplinar formada por engenheiros civis, eletricistas e metalmecânicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) realizou a ação, demanda da sociedade civil e de alguns órgãos da imprensa, foi realizada com apoio e suporte de drones e equipamentos de última geração que registraram os prejuízos de oxidação, danificação de materiais e de equipamentos da obra.

> Cais das Artes: o que projetou Paulo Mendes da Rocha?

“Nesta primeira vistoria realizada por nossas equipes, pudemos constatar o estado de deterioração das estruturas. As avarias maiores foram observadas nos elementos ligados aos sistemas metalmecânico e de ares-condicionados. Nas partes de concreto, identificamos desgastes causados pela ação do tempo em razão do período em que a obra está parada, porém, menos importantes”, disse o presidente do Crea-ES engenheiro Jorge Silva, que acompanhou parte dos trabalhos realizados.

O Crea-ES irá preparar um relatório técnico sobre a situação das obras do local e encaminhar ao Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), aos Ministérios Públicos Estadual e Federal e às instâncias judiciais pertinentes. O levantamento será concluído num prazo de 15 dias.

Projeção de como deve ficar o Cais das Artes depois de concluído. Foto: Divulgação

 

POSSÍVEL CONCESSÃO

Com obras paralisadas desde 2015, um impasse na Justiça e uma possibilidade de ir parar nas mãos da iniciativa privada, o Cais das Artes, continua em uma espiral de indefinições. Com grandes construções em concreto, um amplo vão central à beira da Baía de Vitória, por sua localização, porte e concepção arquitetônica, o projeto assinado pelo renomado e premiado arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha tem potencial para fazer inveja a projetos de outras grandes cidades do Brasil e do mundo.

O projeto foi anunciado há 13 anos pelo então governador Paulo Hartung. Até 2018, o Governo do Espírito Santo havia investido, ao todo, mais de R$ 129 milhões no complexo que seria o maior espaço cultural do Espírito Santo, que, inicialmente, tinha inauguração prevista para 2012, com obras iniciadas em 2010.

O projeto de Paulo Mendes da Rocha previa um teatro equipado para possibilitar usos múltiplos como concertos de música acústica ou amplificada, óperas, danças ou peças teatrais. Com capacidade de receber 1,3 mil pessoas, com um palco de aproximadamente 600m² e com um vão livre com mais de 25 metros de altura até o teto, que iria permitir a utilização de diversos cenários em uma mesma apresentação.

O museu compreenderia um espaço de 2,3 mil metros quadrados com auditório para 225 pessoas, cinco salas de exposições, biblioteca, cantina, recepção e cafeteria. Já a praça original foi projetada para ter cafeterias, livrarias e espaços para espetáculos e exposições ao ar livre.

Na época, o projeto do museu contemplava grandes salões com diversas alturas livres e diferentes tamanhos. As instalações poderiam utilizar desde pequenos recintos, para obras que requerem ambientes controlados, a salões com altura livre de até 12 metros, para exposições de grande porte. Esses salões seriam amparados por uma série de espaços de serviços, que iriam permitir, ainda, o desenvolvimento de pesquisas, palestras e ações educativas em geral.

O conjunto arquitetônico projetado tem como característica central a valorização do entorno paisagístico e histórico da cidade. A estrutura passaria uma ideia de leveza. O arquiteto decidiu suspender os edifícios do solo, de modo a permitir visuais livres e desimpedidos, desde a praça até paisagem ao redor. O visitante contemplaria por meio de janelas e rampas envidraçadas o Convento da Penha e a Terceira Ponte.

Questionada sobre o projeto atual, a Secretaria de Estado da Cultura disse que o Cais das Artes deveria comportar um teatro de cerca de 1300 lugares e um museu com área expositiva de mais de 2 mil metros quadrados.