Dia a dia
Cores do Rio Doce em Colatina lembram arte, mas revelam seca
Foto aérea que mostra assoreamento do rio repercutiu nas redes, com milhares de curtidas e comentários sobre beleza e alerta ambiental

Imagem aérea do Rio Doce em Colatina mostra o assoreamento do leito, em contraste com as cores que lembram uma pintura. Foto: Rodrigo Coutinho
De cima da ponte Florentino Avidos, em Colatina, o fotógrafo Rodrigo Coutinho fez o drone voar sem imaginar a repercussão que viria. O que parecia uma tela abstrata era, na verdade, a imagem real do Rio Doce, com manchas de areia e água que se misturam em tons de verde e marrom.
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Postada no Instagram no fim de agosto, a foto recebeu mais de 7 mil curtidas e centenas de comentários. Muitos se encantaram com a estética das cores, outros lembraram a grave situação ambiental do rio.
Entre arte e alerta
“Eu confesso que não esperava. O rio estava bem baixo e resolvi subir o drone. Vi aquelas formas e reflexos que parecem pintura, mas que também revelam o assoreamento. É bonito e triste ao mesmo tempo”, contou Rodrigo.
No Instagram, ele descreveu a cena como “pintura abstrata com vidas concretas” e definiu a foto como “uma imagem linda e feia ao mesmo tempo”.
Repercussão nas redes
A publicação gerou comentários emocionados. “Lindo vídeo, porém nos mostra o quanto o rio está seco, isso é triste”, escreveu uma internauta. Outro seguidor resumiu: “Fiquei hipnotizado, real”. Houve também quem sugerisse transformar a foto em quadros, capas de caderno e outros produtos, reforçando o caráter artístico do registro.
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O fotógrafo e o projeto
Morador de Vitória, Rodrigo já percorreu diferentes cidades do Espírito Santo em busca de paisagens. Ele é autor do livro Capixaba Goods, que transforma suas fotografias em desenhos para colorir. Em Colatina, registrou imagens que podem integrar a próxima edição do projeto.
O Rio Doce em foco
O Rio Doce, que percorre cerca de 850 km entre Minas Gerais e o Espírito Santo até desaguar em Regência, Linhares, enfrenta há décadas problemas como assoreamento, desmatamento e poluição. É também o rio marcado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015, considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil.
Além das cheias recorrentes no período chuvoso, a seca prolongada no inverno intensifica a redução do volume de água. Foi nesse contexto que a cena registrada em Colatina chamou atenção: a beleza das cores contrasta com o alerta sobre a fragilidade de um dos principais rios do país.
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