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Condenação de Bolsonaro divide parlamentares do ES

Após o STF formar maioria pela condenação de Bolsonaro, políticos do ES repercutiram a decisão

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O julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado começa em 2 de setembro no STF. Foto: Agência Brasil/Lula Marques

Lideranças do estado comentaram a condenação de Bolsonaro no STF. Foto: Agência Brasil/Lula Marques

 

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O voto da ministra Cármen Lúcia pela condenação de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) gerou forte repercussão entre lideranças políticas, que se manifestaram de diferentes formas diante da decisão. No Espírito Santo, políticos de esquerda comemoraram a condenação do ex-presidente. A maioria dos aliados, no entanto, não se manifestaram.

O senador Fabiano Contarato reforçou o tom histórico do julgamento. “O Brasil foi ferido profundamente. A democracia esteve sob grave ameaça por parte de quem jurou defendê-la, mas escolheu conspirar contra a Constituição e incitar a ruptura institucional. A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus cúmplices é um marco histórico. É a afirmação de que ninguém está acima da lei e de que o Estado Democrático de Direito jamais será refém de projetos autoritários ou de qualquer espírito déspota que tente germinar dentro da nossa democracia.”

O presidente do PT no Espírito Santo, deputado João Coser, disse que a condenação mostra que no Brasil ninguém está acima da lei e que quem atentar contra a vontade do povo, vai responder por isso. “Seguiremos vigilantes. A democracia se fortalece quando a justiça é feita, quando a memória não se apaga e quando o povo permanece no centro das decisões”.

 

Por outro lado, aliados do ex-presidente criticaram o posicionamento da ministra. Capitão Assunção considerou a decisão baseada em narrativas políticas. “Absurdo é ouvir da ministra Cármen Lúcia que está ‘resguardando o Estado Democrático de Direito’ enquanto condena sem apresentar provas materiais, baseando-se em suposições e narrativas políticas. Ao afirmar que Jair Bolsonaro seria ‘líder de organização criminosa’, não mostrou um único ato concreto, ordem dada ou documento que comprove sua participação. O que se viu foi a negação da presunção de inocência, a confusão entre divergência ideológica e crime, e o atropelo do devido processo legal. Quem diz defender a democracia, mas age assim, na verdade a corrói por dentro e transforma a Justiça em instrumento de perseguição política.”

A deputada Iriny Lopes celebrou o resultado do julgamento. “Bolsonaro foi condenado. Pela primeira vez, um líder da extrema direita, militar no Brasil é responsabilizado por tentar um golpe contra a democracia. O julgamento de hoje é um resgate histórico, uma resposta da justiça e da verdade. O golpismo foi derrotado e a democracia se fortalece.”

Momentos antes da ministra divulgar seu voto, o deputado Evair de Melo contestou a decisão, citando o voto de Luiz Fux. “No STF, não se julga por viés político, julga-se a Constituição. Não cabe palanque ao Judiciário. Cabe dizer o que é legal, o que é ilegal, o que é constitucional ou inconstitucional. O voto do ministro Luiz Fux foi cristalino: não há crime, não há provas suficientes, respeita-se a presunção de inocência. Absorveu @jairmessiasbolsonaro, reafirmando a liberdade do povo brasileiro e o direito de decidir nas urnas. O Brasil e o mundo sabem que não existe golpe — existe narrativa, existe perseguição e existe abuso de poder. Seguiremos firmes, porque a anistia vai vencer e a verdade vai prevalecer.”

Já a deputada Camila Valadão comemorou o resultado com tom enfático. “A 1ª Turma do STF forma maioria pela condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado! Hoje é dia de comemorar, que a Justiça seja feita e que Bolsonaro e seus comparsas paguem pelos crimes que cometeram contra a democracia e o povo brasileiro”.

No twitter o deputado federal Hélder Salomão comparou a derrota de Bolsonaro com uma partida de futebol.

Até o fechamento desta reportagem, aliados de Bolsonaro como os deputados Lucas Polese e Gilvan da Federal ainda não tinham se pronunciado nas redes sociais.

O julgamento de Bolsonaro no STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), após o voto da ministra Cármen Lúcia, formou maioria nesta quinta-feira (11) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por todos os crimes dos quais foram acusados pela Procuradoria-Geral da República na Trama Golpista.

Os crimes para os quais já há maioria pela condenação de Bolsonaro e dos demais réus são Golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

“Pra mim, há prova da presença de conluio entre essas pessoas, no sentido de uma organização que se integra, com a liderança do Jair Messias Bolsonaro […] “Eu considero que se caracteriza a prática desses crimes, como também a dizer dos crimes de dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado”, justificou a ministra do STF.