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Como saber se um voo de balão é seguro? Veja o que observar

Empresas do Espírito Santo detalham os cuidados, as licenças exigidas e os protocolos de segurança

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Balões da Voe Pedra Azul

Balões da Voe Pedra Azul. Foto: Reprodução/Instagram/@voe.pedraazul

O voo de balão tem atraído cada vez mais capixabas e turistas em busca de experiências únicas. Seja para comemorar um aniversário, fazer um pedido de casamento ou apenas apreciar a paisagem de um ângulo diferente, a atividade ganhou espaço em regiões como Pedra Azul e Pancas. No entanto, os recentes acidentes registrados no país acenderam o alerta sobre a segurança dessas operações.

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O que diz a Anac sobre o balonismo

A Anac determina que apenas pilotos com Licença de Piloto de Balão Livre (PBL) podem operar voos comerciais. Além disso, as aeronaves devem estar registradas e com certificado de aeronavegabilidade válido. Atividades sem fins comerciais seguem regras específicas, mas não podem ser oferecidas como serviço turístico.

Voos devem ocorrer apenas em áreas autorizadas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), com respeito às condições climáticas.

Empresas capixabas detalham os cuidados

No Espírito Santo, empresas como a Voe Pedra Azul e a Voe Pancas afirmam seguir todos os protocolos exigidos pela Anac. Segundo André, sócio da Voe Pedra Azul, antes de cada voo é feita uma checagem completa dos equipamentos, que inclui o envelope (parte que armazena o ar quente), o cesto, os maçaricos e os cilindros de gás. Os pilotos possuem a habilitação necessária e as aeronaves são submetidas a inspeções periódicas.

Além da vistoria dos equipamentos, a análise meteorológica é rigorosa. São utilizados sistemas especializados de previsão do tempo, como os do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e aplicativos de aviação. “Avaliar a direção e a intensidade dos ventos é fundamental. Se houver qualquer risco, o voo é cancelado”, afirma André.

Durante o voo, o piloto mantém comunicação constante com a equipe de solo, que acompanha todo o trajeto por rádio e GPS. As rotas são sempre planejadas com antecedência, priorizando áreas seguras para pouso.

Após o pouso, o balão passa por nova checagem. Além disso, todas as aeronaves são submetidas a manutenção preventiva em oficinas especializadas, com técnicos credenciados para atuar em equipamentos de balonismo.

A Voe Pedra Azul também oferece seguro individual para todos os passageiros, com cobertura válida para o dia do voo, como exige a Anac. Os pilotos da empresa têm a licença específica para balonismo e passam por treinamentos contínuos, incluindo reciclagens em segurança de voo e primeiros socorros.

Na Voe Pancas, o cuidado segue o mesmo padrão. Segundo o responsável pela empresa, Dr. Sidiclei, os voos só decolam se houver condições meteorológicas favoráveis. Todos os passageiros são cobertos por seguro aventura, que inclui desde o deslocamento até a prática da atividade. Os pilotos também são certificados pela Anac e treinados para lidar com emergências.

Além disso, as empresas relatam um aumento nas perguntas de clientes sobre segurança após os recentes acidentes em outros estados. “Muitos querem saber como funciona o processo de checagem, quais são as garantias e quais são os procedimentos em caso de imprevistos. Sempre explicamos tudo de forma transparente para deixar o passageiro tranquilo”, diz André.

Os empresários reforçam que o balonismo é seguro quando operado dentro das normas e com profissionais capacitados. Segundo dados da Federal Aviation Administration (FAA), nos Estados Unidos, o balonismo é considerado uma das formas mais seguras de transporte aéreo, com baixa taxa de acidentes, principalmente por ocorrer apenas em condições climáticas favoráveis.

Voo de balão em Pancas da Voe Pancas

Voo de balão em Pancas da Voe Pancas. Foto: Divulgação/Voe Pancas

Projeto de lei propõe regras estaduais para o balonismo

Nesta segunda-feira (23), a segurança no balonismo entrou oficialmente na pauta da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. O deputado Denninho Silva (União) apresentou o Projeto de Lei 414/2025, que propõe regras específicas para a atividade no Estado.

Pela proposta, as empresas precisarão ter autorização da Anac, alvará municipal, seguro de responsabilidade civil e plano de voo. Também será obrigatória a manutenção periódica dos equipamentos com laudos técnicos, além de vistorias antes de cada decolagem.

O texto exige ainda que os pilotos tenham cursos atualizados de segurança e primeiros socorros. Eles deverão recusar o voo caso haja risco ou excesso de passageiros.

Fiscalização e penalidades

O projeto prevê fiscalização conjunta do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil, além de possíveis convênios com órgãos federais e municípios. As penalidades para quem descumprir as normas incluem multa de até R$ 47 mil, suspensão temporária e até a interdição definitiva da atividade.

Segundo Denninho, o objetivo é evitar que tragédias como as registradas em outros estados se repitam em solo capixaba. “É uma atividade de lazer, mas envolve riscos. Precisamos de regras claras e fiscalização efetiva”, justificou.

O que observar antes de voar

Para quem deseja viver a experiência de um voo de balão, os especialistas reforçam: consulte se a empresa tem autorização da Anac, verifique a licença do piloto, confirme a existência de seguro e questione sobre os procedimentos de segurança.

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