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Dia a dia

Cocaína pura apreendida no ES é avaliada em mais de R$ 100 milhões

Cada quilo da cocaína apreendida pode ser vendido por R$ 40 mil no Brasil e até € 40 mil na Europa. A droga estava sendo preparada para exportação

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Mais de 500 kg de cocaína pura foram apreendidos em Vila Velha

Mais de 500 kg de cocaína pura foram apreendidos em Vila Velha. Foto: Divulgação/PCES

Uma operação da Polícia Civil do Espírito Santo resultou na apreensão de 500 kg de cocaína pura, avaliada em mais de R$ 100 milhões no mercado europeu. A droga, que estava prestes a ser exportada, foi encontrada em um bunker subterrâneo em uma casa da Ponta da Fruta, em Vila Velha. A operação também desmantelou parte da rede de tráfico liderada por Bryan Lyrio Deolindo, que está foragido e é considerado um dos criminosos mais procurados do Espírito Santo. Cada quilo da cocaína apreendida pode ser vendido por R$ 40 mil no Brasil e até € 40 mil na Europa, revelando a dimensão internacional do esquema de tráfico.

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A operação, coordenada pela Superintendência de Polícia Regional Norte (SPRN), desmantelou uma parte da logística de exportação de drogas no Espírito Santo. O bunker foi construído para armazenar grandes quantidades de cocaína que seriam enviadas para o exterior. O delegado Fabrício Dutra, responsável pela investigação, explicou como a inteligência policial conseguiu identificar o local e interceptar o carregamento antes que fosse transportado para o Rio de Janeiro e, em seguida, para a Europa.

“O Seat Norte já vinha acompanhando as atividades dessa organização desde o ano passado, quando realizamos uma operação em conjunto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Na ocasião, chegamos a Vila dos Capixabas, onde o Bryan Lyrio Deolindo estava escondido com outros quatro criminosos. Todos tinham mandados de prisão expedidos aqui no Espírito Santo, tanto por tráfico quanto por homicídios”, detalhou Dutra.

Logística de tráfico internacional

A droga apreendida estava embalada para exportação, utilizando balões de borracha, uma técnica comum para o transporte em cascos de navio, com destino principal ao porto de Rotterdam, na Holanda. Dutra explica que a logística da quadrilha envolve diversos estados. “O Bryan coordenava tudo. Neguinho Mascote era responsável por trazer a droga para o Espírito Santo. A cocaína chegava em um posto de gasolina, localizado após o pedágio de Mimoso do Sul, onde era armazenada e preparada para envio ao exterior ou para consumo interno.”

Além de drogas, as investigações revelaram que o grupo também traficava armas. Dutra explicou que, durante uma das interceptações, 100kg de maconha foram apreendidos em Mimoso do Sul, mas também havia armas escondidas na cidade de Campos, no Rio de Janeiro, destinadas à quadrilha.

Rede criminosa de Bryan e segurança armada

Henrique Silva Lima, vulgo Mascote (foragido); Bryan Lyrio Deolindo (foragido); e Átila Gonçalves, vulgo Taru (preso)

Henrique Silva Lima, vulgo Mascote (foragido); Bryan Lyrio Deolindo (foragido); e Átila Gonçalves, vulgo Taru (preso). Foto: Divulgação

Bryan Lyrio Deolindo, natural de João Neiva, chegou a ser preso, mas está foragido no Rio de Janeiro. Segundo as forças de segurança pública, ele tem inteligência acima da média e é conhecido por sua habilidade em evitar a captura. Além do tráfico de drogas, Bryan está envolvido em diversos homicídios no Espírito Santo. Ele é acusado de ordenar a morte de dois homens em Aracruz no ano passado, além de outros assassinatos. O delegado André Jaretta, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, detalhou a prisão recente de um dos assassinos a mando de Bryan, conhecido como Taru, capturado de forma sigilosa em Fundão.

O delegado Jaretta afirmou que as operações para capturar Bryan continuam em andamento e que a apreensão dos 500 kg de cocaína representa um golpe significativo em sua organização.

Colaboração entre delegacias e uso de inteligência

As investigações que culminaram na apreensão da droga e na prisão de membros da quadrilha foram conduzidas por várias equipes da Polícia Civil, incluindo a Delegacia de Aracruz e o SEAT Norte, que atuaram em conjunto com a Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc) e a DHPP.

O superintendente Dutra destacou o trabalho dos investigadores Cordeiro, Adriana e Vanessa, que desempenharam um papel crucial na inteligência da operação. “Esse resultado é fruto de um trabalho contínuo que envolveu a utilização de ferramentas de inteligência, fornecidas pelo Programa Estado Presente, que nos permitiu mapear a atuação do Braia e seus comparsas”, disse o delegado.

As autoridades estão determinadas a capturar Bryan e Neguinho Mascote, que continua foragido. “O Rio de Janeiro não será um refúgio para criminosos. O SEAT Norte já prendeu diversos elementos que fugiram do Rio para o Espírito Santo. Se eles continuarem lá, será questão de tempo até que sejam capturados”, concluiu Dutra.

A Polícia Civil reforça o pedido de colaboração da população e oferece recompensas por informações que levem à prisão dos criminosos.


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