Dia a dia
Caso Marielle: Ronnie Lessa aponta possível mandante do crime
O crime ocorreu em 14 de março de 2018. Ronnie Lessa, ex-membro do Bope, foi condenado em julho de 2021 por ocultar provas relacionadas ao caso
Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, apontou Domingos Brazão como um dos mentores do crime que chocou o país. A revelação, obtida com exclusividade pelo Intercept Brasil, vem de fontes próximas à investigação.
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Detido desde março de 2019, Lessa firmou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, aguardando a aprovação do Superior Tribunal de Justiça, devido ao foro privilegiado de Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Intercept Brasil.
Consultado sobre a acusação, o advogado de Brazão, Márcio Palma, afirmou desconhecer a delação. Ele salientou que suas informações sobre o caso são limitadas ao noticiado pela imprensa, visto que lhe foi negado acesso ao processo, justificado pelo fato de Brazão não estar sendo investigado. Em pronunciamentos anteriores, Domingos Brazão negou qualquer envolvimento no assassinato.
O ex-PM Élcio de Queiroz, também preso pelo envolvimento no crime, confessou à Polícia Federal em julho do ano passado que conduziu o veículo usado no atentado. O crime ocorreu em 14 de março de 2018, no bairro Estácio, no centro do Rio de Janeiro.
Ronnie Lessa, ex-membro do Bope, foi condenado em julho de 2021 por ocultar provas relacionadas ao caso. Ele e seus cúmplices teriam descartado no mar armas, incluindo a possível arma usada no homicídio de Marielle e Anderson.
De acordo com publicação da Intercept Brasil, a motivação atribuída a Brazão para ordenar o assassinato de Marielle seria retaliação a Marcelo Freixo, ex-deputado do Psol e atual presidente da Embratur. Brazão, ex-integrante do MDB, teve embates com Freixo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde Marielle trabalhou por uma década antes de ser eleita vereadora.
Brazão, citado na CPI das milícias de 2008, presidida por Freixo, foi acusado pela Procuradoria-Geral da República em 2019 de obstruir as investigações sobre o caso Marielle. Após ser preso em 2017 na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato, ele ficou afastado do cargo no TCE por quatro anos.
Marcelo Freixo desempenhou um papel crucial na Operação Cadeia Velha, que resultou na prisão de importantes figuras do MDB, meses antes do assassinato de Marielle. A ministra Laurita Vaz, do STJ, mencionou a hipótese de vingança de Brazão como motivação para o crime.
O Ministério Público e a Polícia Civil investigam a conexão da família Brazão com milícias em Rio das Pedras e o Escritório do Crime. A família Brazão é uma influente força política no Rio, incluindo Domingos Brazão, o deputado estadual Pedro Brazão e Chiquinho, colega de Marielle na Câmara na época do assassinato.
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