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Dia a dia

Casal dono de construtora é indiciado por agiotagem no ES

Empresários mantinham vida de luxo incompatível com ganhos declarados. Vítimas eram ameaçadas e perseguidas

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Polícia diz que carros de luxo usados por suspeitos não correspondem a ganhos declarados

Polícia diz que carros de luxo usados por suspeitos não correspondem a ganhos declarados. Foto: Divulgação/PC

Um casal de empresários, donos de uma construtora em São Mateus, Norte do Espírito Santo, foi indiciado por agiotagem e lavagem de dinheiro após a polícia descobrir que eles emprestavam dinheiro a juros, ameaçavam e perseguiam os clientes que atrasavam os pagamentos.

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Segundo as investigações da Polícia Civil, os suspeitos levavam uma vida luxuosa, realizavam viagens caras e utilizavam veículos valiosos, além de movimentar quantias num valor correspondente a mais de 200 vezes o valor declarado à Receita Federal. Foi detectada a movimentação de R$ 15 milhões em um ano. O casal também fazia intensa movimentação em criptomoedas.

Polícia diz que casal ostentava vida de luxo nas redes sociais

Polícia diz que casal ostentava vida de luxo nas redes sociais. Foto: Reprodução/PC

A polícia chegou aos investigados através de denúncias de vítimas da agiotagem. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus, delegado José Eustáquio, uma vítima chamou a atenção pelo desespero em que se encontrava quando fez a denúncia.

Era uma mulher idosa que tomou R$ 15 mil emprestados, mas ao fim, com as cobranças repetidas dos agiotas, que faziam pressão para que a mulher entregasse carro e até um terreno, o valor cobrado já passava de R$ 200 mil. “Claramente essa vítima estava instável emocionalmente. Ela colocou na ocorrência que a perseguição e a ameaça estavam fazendo com que ela desenvolvesse problemas psicológicos”, detalhou o delegado.

As investigações revelaram que a empresa realizava, sim, alguns negócios imobiliários, mas paralelamente era usada para fazer a lavagem do dinheiro proveniente da agiotagem.

Ameaças

A pressão psicológica que os suspeitos faziam para cobrar as dívidas das vítimas era pesada, segundo o delegado. “No início eles são muito amistosos. Eles tentavam até criar um vínculo de amizade, até o momento que a vítima não conseguia mais pagar a dívida. Aí começava a perseguição e as graves ameaças. Eles não têm limites. Vão fundo mesmo. O que a vítima passou nessa situação foi muito pesado”, relatou Eustáquio.

Para ameaçar, os agiotas mandavam fotos das casas das vítimas e de locais que elas frequentavam. No dia em que foi ouvido na delegacia, após ser intimado, o empresário chegou a enviar uma foto de visualização única, feita de dentro da delegacia, para uma das vítimas. “Chamava a atenção a ousadia e o desrespeito dele até mesmo com as instituições do Estado. Ele enviou a foto para a vítima de dentro da delegacia com uma mensagem dizendo que não seria qualquer Boletim de Ocorrência que iria pará-lo.”

O homem foi preso no dia 1° de novembro, quando passava pelo pedágio da BR 101, em São Mateus. O caso só foi divulgado nesta segunda-feira (11), em coletiva de imprensa. O empresário foi indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, agiotagem e extorsão. A mulher também foi indiciada por lavagem de dinheiro e agiotagem, mas responde em liberdade. Vários bens e contas do casal foram bloqueadas. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela polícia.

Denúncias

A polícia acredita que haja mais vítimas da agiotagem do casal e pede para a população ligar para o Disque-Denúncia, através do número 181, ou até mesmo ir pessoalmente a uma delegacia, caso haja outras informações sobre possíveis outros crimes.


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