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Bolsonaro tinha núcleos para fortalecer tentativa de golpe, diz PF

Ex-ministros e militares faziam parte dos grupos que comandavam desde a produção de notícias até o itinerário de ministros do STF

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Bolsonaro é um dos alvos da operação da PF. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

Bolsonaro é um dos alvos da operação da PF. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha seis núcleos para organizar uma tentativa de golpe de Estado. A informação veio por meio do relatório da Polícia Federal que embasou a operação desta quinta-feira (08) contra Bolsonaro e ex-ministros.

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Núcleos

De acordo com a PF, o núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral era responsável pela produção e divulgação de fake news relacionadas às eleições de 2022. O objetivo era estimular que bolsonaristas permanecessem na frente dos quartéis, para criar um ambiente propício para o golpe. Faziam parte desse núcleo Mauro César Barbosa Cid, Anderson Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.

Outro grupo era o núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado, formado por Walter Souza Braga Netto, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Corrêa Netto e Mauro Cesar Barbosa Cid. Eles escolhiam alvos para amplificar ataques pessoais contra militares que resistiam às investigações golpistas. Esses ataques eram realizados em múltiplos canais de informação, através de influenciadores em posição de autoridade.

Já o núcleo jurídico era quem fundamentava juridicamente e elaborava minutas de decretos que atendessem aos interesses golpistas. Filipe Garcia Martins Pereira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad, José Eduardo de Oliveira e Silva e Mauro César Barbosa Cid eram os responsáveis.

O núcleo operacional de apoio às ações golpistas atuava em reuniões de planejamento e execução de medidas para manter as manifestações em frente aos quartéis. Eles trabalhavam diretamente sob a coordenação de Mauro Cid. Além dele, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Corrêa Netto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães também estavam no núcleo.

A PF também descobriu o núcleo de inteligência paralela, que coletava dados e informações que pudessem ajudar Bolsonaro nas decisões relacionadas ao golpe. Eles monitoravam o itinerário e o deslocamento do ministro Alexandre de Moraes e de outras autoridades que poderiam ser presas caso o decreto de golpe fosse assinado. Faziam parte do núcleo Augusto Heleno, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid.

O sexto grupo era o núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos. Eles utilizavam a alta patente para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação. Os integrantes eram Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, Laércio Vergílio e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Minuta golpista

Bolsonaro ainda recebeu a minuta golpista que previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

De acordo com a PF, o ex-presidente pediu alteração no texto para retirar os nomes de Gilmar e Pacheco e manter o de Alexandre de Moraes. O ex-presidente também quis que fosse mantido trecho que previa a realização de novas eleições.

Operação

A PF organizou na manhã desta quinta-feira (08) uma operação contra uma suposta organização criminosa que teria tramado um golpe para manter Jair Bolsonaro na Presidência da República. A ação envolveu diversos alvos, incluindo o próprio ex-presidente, e resultou em mandados de busca e apreensão, prisões preventivas e medidas cautelares.

No Espírito Santo, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do major do Exército, Angelo Martins Denicoli, que reside em Colatina. O militar, que está na reserva, é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, de combate a uma organização criminosa que atuou na tentativa de aplicar um golpe de estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder.


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