Bolsonaro esteve na embaixada entre os dias 12 e 14 de fevereiro. Foto: Reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Húngria após perder o passaporte por conta da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Quatro dias após entregar os documentos, ele estava no local acompanhado por dois seguranças e sendo atendido pelo embaixador húngaro.
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A permanência de Bolsonaro na embaixada pode sugerir que o ex-presidente estava buscando aproveitar sua amizade com um líder de extrema-direita, o primeiro-ministro Viktor Orbán, da Hungria, numa tentativa de fugir do sistema judiciário brasileiro enquanto enfrenta investigações criminais em casa.
Alvo de várias investigações, ele não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira que o acolha, pois esses locais são legalmente protegidos contra autoridades domésticas.
O New York Times conseguiu e analisou as imagens dos três dias de filmagem em quatro câmeras diferentes. No dia 12 de fevereiro, Bolsonaro publicou um vídeo online convocando seus apoiadores para um comício em São Paulo naquele mês e, em seguida, foi para a embaixada.
Na embaixada
Antes da chegada do ex-presidente, as imagens de segurança mostram Miklós Halmai, o embaixador do país no Brasil, andando de um lado para o outro e digitando em seu telefone. Os funcionários locais estavam de férias, pois a estadia de Bolsonaro coincidiu com as celebrações do Carnaval nacional do Brasil.
Bolsonaro chegou no local por volta das 21h30 junto com outros dois homens. Ao longo das horas seguintes, funcionários da embaixada fizeram várias viagens em direção a uma área do prédio onde havia dois apartamentos de hóspedes, de acordo com as imagens e o oficial da embaixada. Eles carregavam roupas de cama, água e outros itens.