Bolsonaro diz que visita à embaixada da Hungria não era tentativa de fuga

Bolsonaro se hospedou por três dias na embaixada húngara. Foto: Reprodução

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em ofício enviado ao ministro Alexandre de Moraes, afirmou que é “ilógico” sugerir que ele se hospedou por dois dias na embaixada da Hungria para pedir asilo ou para fugir de investigações.

Na segunda-feira (25), o The New York Times revelou que Bolsonaro foi para a embaixada da Hungria poucos dias após ter tido o passaporte apreendido pela Polícia Federal durante a operação sobre tentativa de golpe de Estado.

Moraes, relator da investigação, concedeu um prazo de 48 horas para o ex-presidente apresentar esclarecimentos. No documento, os advogados afirmam que Bolsonaro tem amizade com autoridades húngaras e foi para a embaixada discutir temas políticos.

“[Bolsonaro] sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”, afirmam os advogados.

Segundo o direito internacional, o território de uma embaixada é considerado território soberano do país que representa. Portanto, quaisquer agentes brasileiros só poderiam chegar a Bolsonaro com autorização do governo húngaro. A defesa argumentou que supor que Bolsonaro poderia pedir asilo é altamente infundado.

“Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário [Bolsonaro] à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, dizem os advogados.

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