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Bolsonaro é alvo de nova operação e terá que usar tornozeleira

Ex-presidente também está proibido de usar redes sociais, sair à noite e manter contato com outros réus ou diplomatas

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Jair Bolsonaro . Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Jair Bolsonaro . Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (18), dois mandados de busca e apreensão ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele deverá usar tornozeleira eletrônica, está proibido de utilizar redes sociais e precisará cumprir recolhimento domiciliar noturno, entre 19h e 6h.

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Além disso, Bolsonaro não poderá se comunicar com outros réus do processo, embaixadores ou diplomatas estrangeiros. Ele também está impedido de deixar a comarca do Distrito Federal. O passaporte do ex-presidente já havia sido apreendido em fevereiro deste ano.

Defesa e reação política

Em nota oficial, a defesa de Bolsonaro afirmou ter recebido “com surpresa e indignação” a imposição das medidas cautelares. Segundo os advogados, o ex-presidente sempre teria cumprido as determinações da Justiça.

O Partido Liberal (PL), ao qual Bolsonaro é filiado, também se manifestou. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, classificou a operação como “estranha” e repudiou as ações da PF. Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, usou as redes sociais para criticar a decisão.

O que motivou a operação

A Polícia Federal confirmou o cumprimento dos mandados por meio de uma nota breve, informando que as ações fazem parte do inquérito que tramita sob o número PET 14129, no STF.

O ex-presidente é investigado por uma série de crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado que culminou com os atos de 8 de janeiro de 2023.

Entre os elementos que sustentam as acusações está a chamada “minuta do golpe”, apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, na sede do PL e no celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Investigações em andamento

A apuração da PF aponta que Bolsonaro teve pleno conhecimento e até participou da elaboração de documentos que propunham a decretação de estado de sítio para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Há também denúncias de que o ex-presidente incentivou a criação de relatórios que sugeriam fraude nas urnas eletrônicas. Um deles teria sido encomendado ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, com o objetivo de deslegitimar o processo eleitoral.

Outra frente de investigação trata das joias recebidas por Bolsonaro de autoridades estrangeiras durante o mandato. Em vez de integrarem o acervo da Presidência da República, parte das peças teria sido vendida ilegalmente, o que, segundo o STF, configura crime de peculato.

Conexões internacionais

Em um desdobramento recente, Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, foram acusados de articular com aliados do governo de Donald Trump pressões econômicas contra o Brasil. A ideia seria reverter investigações do STF em curso contra o ex-presidente.

Segundo as apurações, o plano incluía até ações de represália comercial, como as taxações sobre produtos brasileiros impostas durante o governo Trump, caso as investigações avançassem.

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