Dia a dia
Biomédico é indiciado por deformar paciente em harmonização facial
Suspeito estava com a licença suspensa por conselho profissional e não podia realizar procedimentos. Biomédico atuava em clínica luxuosa na Enseada do Suá
Um biomédico de 39 anos foi indiciado pela polícia por deformar o rosto de uma paciente após dois procedimentos cirúrgicos. O conjunto de procedimentos, que ficou conhecido como harmonização facial, só pode ser realizado por médicos habilitados, preferencialmente por cirurgiões plásticos.
A clínica onde o biomédico realizava os procedimentos fica na Enseada do Suá, em Vitória, e, segundo a polícia, tinha uma estrutura luxuosa. Os preços praticados pelo indiciado eram mais altos que os valores cobrados por médicos habilitados, como cirurgiões plásticos.
A vítima foi submetida a um lifting facial, procedimento que puxa a pele do rosto para eliminar flacidez e rugas; e uma blefaroplastia, que retira o excesso de pele das pálpebras. Ela pagou R$ 20 mil pelos dois procedimentos.
“As consequências para essa vítima foram gravíssimas, pois geraram deformidade permanente. Uma parte do seu rosto ficou caído. Na outra parte do rosto ela teve nódulos, além das cicatrizes que ficaram muito grosseiras e muito aparentes”, explicou o delegado Diego Bermond, titular do 3° Distrito Policial de Vitória.
O biomédico estava com a licença suspensa pelo Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) desde maio deste ano e não poderia realizar nem mesmo procedimentos mais simples, mas a polícia constatou que o suspeito fez mais de 600 atendimentos e procedimentos só no período em que estava desabilitado.
Outras vítimas
A polícia apura outros seis casos de pessoas que ficaram com sequelas após realizarem procedimentos estéticos com este mesmo biomédico. Essas apurações estão sendo realizadas na segunda fase da operação, que foi batizada de “Ponto Cirúrgico”.
Entre as vítimas que estão sendo ouvidas na segunda etapa estão uma paciente que não consegue mais abrir um dos olhos após uma blefaroplastia e uma outra mulher que teve uma infecção generalizada após um lifting facial.
Na primeira etapa, o profissional foi indiciado pelos crimes de lesão corporal gravíssima, exercício ilegal da medicina e por estelionato. Uma odontóloga também foi indiciada nessa primeira fase das investigações.
Clínica
A clínica onde o biomédico realizava os procedimentos foi vistoriada pela Vigilância Sanitária de Vitória. Na ocasião, duas salas foram interditadas, instrumentos cirúrgicos e medicamentos vencidos foram apreendidos.
A clínica tem um alvará sanitário vigente e estava habilitada para realizar atividades médicas. Há inclusive outros profissionais que atuam no local, como odontólogo e médico cirurgião plástico.
No local, porém, não há centro cirúrgico, apenas cadeiras odontológicas. Por isso, o local não estaria licenciado para realizar o lifting e a blefaroplastia. Após ajustes solicitados pela Vigilância Sanitária, as duas salas foram liberadas e a clínica segue funcionando, mas o biomédico indiciado está proibido de atuar no local.
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