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Crime na Glória completa uma semana: o que se sabe sobre o ataque

Uma vendedora foi morta a facadas enquanto trabalhava em uma loja na Glória. O acusado do crime está preso

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Carla Gobbi Fabrete morreu na manhã desta terça-feira (11) após ser esfaqueada dentro de uma loja no bairro da Glória

Ataque na Glória: Carla Gobbi Fabrete morreu após ser esfaqueada dentro de uma loja que trabalhava. Foto: Reprodução

O ataque que terminou com a morte da vendedora Carla Gobbi Fabrete completa uma semana nesta segunda-feira (17). Ela morreu após ser esfaqueada dentro da loja de celulares onde trabalhava, no bairro da Glória, em Vila Velha. O acusado do crime, Wanderson Rodrigues de Souza, de 30 anos, foi preso logo após o crime.

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Durante audiência de custódia, a Justiça decidiu converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. A defesa pediu a liberdade provisória, com ou sem aplicação de medidas cautelares, alegando que o indiciado, possivelmente, estava em situação de surto.

Em seu despacho, a juíza Raquel de Almeida Valinho, no entanto, afirmou que a liberdade de Wanderson, neste momento, se mostra temerária, já que o ataque demonstra periculosidade e teria sido praticado com extrema violência, o que causou a morte da vítima.

“Uma vez este em liberdade poderá voltar a cometer atos da mesma natureza, intimidar testemunhas e se evadir do distrito de culpa, estando evidente, em cognição sumária, o periculum libertatis no caso concreto. Ante o exposto, converto a prisão em flagrante em preventiva do autuado”, diz um trecho da decisão.

Em nota, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), que está realizando diligências e oitivas para esclarecer os fatos.

“Nenhuma motivação é descartada pela Polícia Civil. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada”.

A polícia destacou ainda que uma autuação em flagrante realizada na sede da Polícia Judiciária não sofre alterações. O que pode ocorrer é que, durante as investigações, a autoridade policial pode modificar a tipificação do crime no momento do indiciamento, considerando novas provas e análises.

“Neste caso, a tipificação pode ser alterada para homicídio, uma vez que a vítima veio a óbito posteriormente à autuação, além da inclusão de eventuais outras qualificadoras, conforme análise minuciosa dos fatos.”

Relembre o caso

O crime ocorreu na segunda-feira (10), em uma loja na Glória, em Vila Velha. Wenderson Rodrigues, que se passou por cliente, conseguiu convencer Carla a ir até os fundos do estabelecimento. No local, ele a atacou com diversos golpes de faca. Após o crime, Wenderson tentou se suicidar e fugiu.

Momentos depois, ele foi encontrado por agentes da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), com cortes pelo corpo, também na Glória. Wenderson foi então encaminhado ao Hospital Estadual Antônio Bezerra de Faria, onde permaneceu internado sob vigilância policial.

Enquanto isso, Carla foi socorrida pelo Samu e levada ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, onde passou por três cirurgias. Apesar dos esforços médicos, devido à gravidade dos ferimentos, ela não resistiu e morreu na manhã de terça-feira (11).

Wenderson Rodrigues de Souza, também foi internado após tentar se matar. Ele recebeu alta hospitalar na sexta-feira (14) do Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha, e foi imediatamente transferido para o presídio.

Conhecido na Glória por vender doces fantasiado de super-herói, ele se apresenta nas redes sociais como técnico em enfermagem, animador de eventos, fotógrafo e poeta. No dia do crime, ele entrou em uma loja como cliente, conversou com a atendente e depois esfaqueou a jovem.

velório e o sepultamento da vendedora Carla Gobbi Fabrete, de 25 anos, ocorreram na última quarta-feira (12) em São Gabriel da Palha, no Noroeste do Espírito Santo.A despedida aconteceu na Igreja Assembleia de Deus, no bairro Cachoeira da Onça, e reuniu familiares, amigos e moradores da região. Em meio à dor e homenagens, a empresária Adriana Bressiane Kalinski, amiga da vítima, relatou a dificuldade em aceitar a perda. “Ela se mudou para Vila Velha para trabalhar, e agora é difícil acreditar no que aconteceu”, lamentou.

Wenderson Rodrigues já havia apresentado comportamentos agressivos e instabilidade emocional, conforme relatos de sua ex-mulher. Em entrevista exclusiva à TV SIM/SBT, ela detalhou a relação com o homem que, até então, parecia ser uma pessoa diferente do que se mostrou após o diagnóstico de transtorno de personalidade borderline (TPB).

Além disso, a ex-mulher revelou que foi necessário pedir uma medida protetiva contra Wenderson após o término do relacionamento. “Ele invadiu meu apartamento, mas não me agrediu fisicamente. No entanto, ele tentava me seguir no trabalho e estava sempre por perto”, relatou.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, se manifestou sobre o assassinato da vendedora. Em uma publicação na rede social X, ele expressou pesar e cobrou punição rigorosa para o autor do crime.

“O assassinato brutal da jovem Carla Gobbi Fabrete, surpreendida e sem qualquer chance de defesa, nos enche de dor e revolta. O assassino está preso e deve ser punido com todo o rigor da lei. Minha solidariedade à família e amigos neste momento de dor e indignação”, escreveu o governador.