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Após susto, empresário diz que não vai mais mergulhar

Depois de dois dias à deriva, Maikel Araújo afirma que a experiência mudou sua vida e que agora vai priorizar a família

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Maikel Araújo, criador do Macakids, e Ronald Menezes foram resgatados na região de Campos de Goytacazes. Foto: Reprodução

Em entrevista, Maikel disse que irá deixar de mergulhar. Foto: Reprodução

O empresário Maikel Araújo, criador da Macakids, que sobreviveu a dois dias e meio à deriva em alto-mar junto com o amigo Ronald Menezes, decidiu abandonar os mergulhos. Resgatado na tarde de terça-feira (30), ao lado do amigo, após desaparecer no domingo (28) quando saiu para pescar em Anchieta, no Sul do Espírito Santo, ele afirmou que agora vai dedicar sua vida à família.

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“O mergulho está na minha vida desde criança, mergulho de pesca é minha maior paixão, mas eu não pretendo voltar a mergulhar mais. Eu até falei, por mim pode deixar a lancha ali pra trás, deixa bater, deixa quebrar, leva só a gente. Eu tô vivo, eu quero ver minha filha crescer!!!”, disse em entrevista exclusiva à apresentadora Carol Monteiro, do Alô Espírito Santo (TV Sim/SBT), nesta quarta-feira (1º).

“Agora tenho uma nova data de aniversário”

O empresário, que aguarda a chegada da filha, desabafou que considera o dia do resgate como um renascimento. “Agora tenho uma nova data de aniversário, dia 30 de setembro é meu novo aniversário. Agora é aproveitar e curtir a família.”

Noites de medo e incerteza

Maikel contou que a pescaria havia sido produtiva e que estavam voltando animados quando o motor da embarcação parou e, logo em seguida, o rádio também parou de funcionar. “A pesca foi muito boa, estávamos muito felizes, fiz um vídeo agradecendo. Aí eu pensei, ‘hoje é domingo, podia ter ido na igreja’. Eu acabei de pensar isso e o motor parou. Eu só consegui falar ‘socorro, estou na região da roncadeira, o barco parou’ e no momento seguinte o rádio parou de funcionar.”

A primeira noite foi de muita apreensão: ventos fortes, ondas de até 4 metros e nenhuma comunicação. Eles tentaram pedir ajuda a rebocadores que passavam, mas eles não entenderam que os dois estavam em apuros.

Desespero e tentativa de sobrevivência

Com o passar das horas, o medo e o cansaço aumentaram. “Eu ia tentar nadar, a gente só tinha levado uma garrafa pequena de água, porque esses mergulhos que a gente faz são muito rápidos. Eu nunca ia imaginar que uma pane elétrica ia deixar a gente sem rádio e sem comunicação.”

O empresário contou ainda que um avião da Força Aérea Brasileira chegou a passar próximo, mas não conseguiu vê-los. “O avião da FAB passou pertinho de mim e não me viu – achei que não iria mais ver minha filha que está pra nascer. Se ele não está me vendo, dificilmente o rebocador vai me ver. Foi o momento que eu cogitei em pular na água e ir nadando pedir ajuda.”

Para resistir, eles improvisaram uma vela, racionaram a pequena quantidade de água e comeram peixe cru da própria pescaria. “Foram noites aterrorizantes. O Ronald foi essencial para estar comigo na lancha, ele improvisou uma vela na lancha, pra gente tentar ir para algum lugar onde a gente achava que poderia ser resgatado.”

O resgate

O reencontro com a esperança aconteceu na tarde de terça-feira (30), por volta das 17h30, quando o navio mercante Santos Supplier, da empresa Bram — prestadora de serviços para a Petrobras —, avistou o barco a cerca de 2 milhas do Porto de Açu, no Norte do Rio de Janeiro.

Maikel e Ronald foram imediatamente resgatados, receberam atendimento médico a bordo e desembarcaram durante a madrugada no porto. Já em terra firme, voltaram para o Espírito Santo e descansam ao lado das famílias.

Confira a entrevista completa