Dia a dia
Amigo de PM pode responder por crime em Jardim Camburi
A informação foi divulgada pelo delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória

Músico Guilherme Rocha. Foto: Reprodução/Instagram
O homem de camisa branca que aparece no vídeo empurrando o músico Guilherme Rocha, de 37 anos, – morto em um condomínio de Jardim Camburi, em Vitória, – pode ser responsabilizado judicialmente. A informação foi divulgada pelo delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, durante coletiva nesta terça-feira (18).
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A discussão, que teria se iniciado por causa do som alto, acabou na morte de Guilherme. Nas imagens da câmera de videomonitoramento do condomínio divulgadas pela Polícia Civil é possível ver quando Guilherme Rocha passa por uma porta e para na frente de Lucas com as mãos viradas para trás. Neste momento, o policial militar Lucas Torrezani de Oliveira tira uma arma da cintura. O homem com blusa branca – cuja identidade não foi revelada – se posiciona ao lado de Lucas, ficando os dois de frente para o músico.
No vídeo é possível ver ainda quando o policial militar bate com a arma na direção do rosto de Guilherme, no momento em que o músico parece tentar segurar a arma e é empurrado pelo rapaz que estava em pé ao lado de Lucas. Na sequência, Guilherme já sai cambaleando, em direção a parede e cai no chão. Ainda com a arma na mão, Lucas para ao lado do músico caído, olha para Guilherme e ainda toma mais um gole da bebida que estava no copo.
“Pelas imagens fica claro que a vítima foi executada. Inclusive existe a participação de outras pessoas que estavam junto ali, que a gente nota claramente que um dos amigos do autor impossibilita que a vítima se defenda. Isso é crime. Esses fatos todos estão sendo investigados. Nenhum vai ficar impune. A investigação só está no começo. Todos os elementos serão colocados nos autos e ao final serão indiciados e apresentados num relatório final no Ministério Público”, explicou o titular da DHPP de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti.
POLICIAL PRESO PREVENTIVAMENTE
Após se apresentar, o policial militar foi liberado pelo delegado de plantão da Delegacia Regional de Vitória, sob a alegação que não tinha elementos suficientes para decretar prisão em flagrante, uma vez que a única versão apresentada foi a do autor. No entanto, o delegado plantonista seguiu com as investigações.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória foi acionada e diligências foram feitas. De posse das imagens das câmeras de videomonitoramento e depoimentos de testemunhas, o próprio delegado de plantão representou pela prisão temporária.
O PM se entregou à polícia ainda na noite desta segunda-feira acompanhando de um advogado, mas se reservou ao direito de ficar calado. A defesa do policial também solicitou acesso aos elementos que estavam nos autos. Uma nova oitiva será marcada para os próximos dias.
O tenente-coronel Alves Christ, da corregedoria da PM, comentou que cabe a PM agora analisar a conduta do acusado por meio do prisma do código de ética. Confirmada a culpabilidade ou não do militar, será instaurado um processo administrativo. A PM aguarda o fim das investigações para tomar as medidas cabíveis.
Lucas Torrezani teve a prisão preventiva decretada e está recluso no Quartel do Comando-Geral da PMES de Vitória.
