Dia a dia
Advogada é presa por suspeita de roubo milionário na Praia de Itaparica
Josileide Neiman foi localizada em Nova Venécia após descumprir medidas judiciais impostas pela Operação Selati

Prédio de luxo na Praia de Itaparica, em Vila Velha, onde ocorreu o furto de mais de R$ 1 milhão em dinheiro e joias. Foto: Reprodução/Redes Sociais
A advogada Josileide Neiman Sales foi presa nesta segunda-feira (7) em Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo. Ela era considerada foragida desde maio e é investigada por integrar uma organização criminosa com atuação em tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro e segurança clandestina armada nas regiões de Viana e Cariacica.
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A prisão foi realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/ES), em ação conjunta com o serviço de inteligência da Polícia Militar. Josileide também é suspeita de envolvimento em um roubo milionário cometido em julho de 2024, em um apartamento de luxo na Praia de Itaparica, em Vila Velha.
Operação Selati mira quadrilha
A advogada já havia sido presa anteriormente por ligação com o assalto ao apartamento, mas obteve liberdade provisória. Contudo, passou a ser considerada foragida após descumprir medidas cautelares impostas pela Justiça.
Ela é uma das alvos da Operação Selati, deflagrada em maio deste ano, que investiga uma quadrilha estruturada, com integrantes que atuavam mesmo após a prisão dos principais líderes. Segundo a polícia, familiares e advogados ligados ao grupo continuavam intermediando ordens e movimentando ativos ilícitos.
Nova denúncia inclui tráfico, armas e lavagem de dinheiro
A nova denúncia contra Josileide e outros investigados foi aceita pela Justiça. Os réus vão responder pelos crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro e violação da legislação de segurança privada.
A polícia afirma que o grupo promovia segurança armada clandestina em áreas dominadas pela facção.
Defesa critica decisão e fala em prisão desproporcional
Em nota, os advogados de Josileide classificaram a nova ordem de prisão como “desproporcional, prematura e violadora de garantias fundamentais”. Eles alegam que a cliente colaborou com a Justiça e já havia obtido decisão favorável à liberdade em 26 de junho.
A defesa também reclama do não cumprimento das prerrogativas da advocacia, como o direito a prisão em local separado e a possibilidade de conversão da pena preventiva em prisão domiciliar, já que Josileide é mãe de uma criança com menos de 8 anos — direito previsto no Código de Processo Penal.
Cofre levado de apartamento teria mais de R$ 1 milhão
O crime que liga a advogada ao roubo aconteceu em 17 de julho de 2024, em um apartamento de luxo na Praia de Itaparica. Segundo a investigação, os criminosos levaram cerca de R$ 1 milhão em dinheiro e joias.
Imagens do circuito de segurança mostram dois homens saindo do elevador com uma grande caixa nas costas, que seria um cofre. A diarista do apartamento, Herica Lucide Custódia, de 44 anos, foi presa por suspeita de participação. Outros dois suspeitos também foram detidos. A advogada, segundo a polícia, teria atuado como facilitadora no esquema.
