Acusada de racismo por influenciadora quer retratação: “Medo de sair de casa”

Influenciadora afirma ter sido alvo de racismo no supermercado. Foto: reprodução / video

Após a influenciadora capixaba Bryce Caniçali divulgar um vídeo em que afirma ter sido vítima de preconceito racial, a família da mulher envolvida no caso quer uma retratação. A confusão aconteceu no último fim de semana em um supermercado do município de Cariacica. 

O vídeo postado nas redes sociais por Bryce mostra a mulher momentos após ter questionado a influenciadora se ela trabalhava no supermercado.  Na imagem, a mulher diz que fez apenas uma pergunta. “Eu não posso estar aqui consumindo não, tenho que estar aqui para servir ela… Vê se tem alguma chance de eu assim, eu estar trabalhando”, respondeu a influenciadora.

O filho da mulher, Anderson Firme, procurou a reportagem da Rede Capixaba para explicar a situação. Segundo ele, não houve qualquer tipo de racismo. Ele contou que deixou a mãe no supermercado e ficou surpreso após o ocorrido. 

Ele contou ainda que após a divulgação do vídeo, a mãe precisou ser hospitalizada com pressão alta. “Ela não está bem. Está com medo de sair na rua porque viu os comentários na internet. Xingaram minha mãe, uma senhora de 69 anos”, disse. 

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O rapaz disse ainda que quer uma retração da influenciadora, já que ela filmou a mãe no supermercado sem dar o direito dela se defender. “Ela está acusando minha mãe de uma coisa que ela não fez. A Bryce colocou o vídeo, mostrou o rosto dela. Agora minha mãe está em casa com vergonha de sair por ter sido acusada de uma coisa que não fez. Minha mãe é conhecida na região e agora estamos com esse problema”. 

A reportagem do portal ES360 entrou em contato com a influenciadora. Ela afirmou que também está sofrendo muitos ataques por conta da repercussão do caso, mas afirmou que em momento algum falou que a senhora teve a intenção de ofendê-la. O que ela criticou foi a fala que considerou racista com a qual foi abordada.

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“Em um estabelecimento que todos os funcionários trabalham uniformizados a única coisa que levou ela achar que eu estava trabalhando ali é a cor da minha pele. É assim que o racismo estrutural atua. Ele vem no detalhe, é uma micro agressão”.

Bryce afirmou que não teria problema em ser funcionária do lugar. O problema, de acordo com a influenciadora, foi o que levou a mulher a achar que ela estava ali trabalhando, já que estava de moletom, boné e chinelo. “Se foi com intenção ou sem não sei. Se ela pratica isso nos outros dias da vida dela também não sei. Quando a gente expõe a pessoa a nossa dor é deslegitimada. Eu estou lá agora como culpada. É por isso que as outras pessoas não denunciam. A nossa dor é diminuída”. 

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