Dia a dia
Acesso à Terceira Ponte pode ter nova mudança após protesto
Desde a semana passada o trânsito na rua Clóvis Machado, que dá acesso à Terceira Ponte, passou a ser mão dupla

O trânsito na rua Clóvis Machado, que dá acesso à Terceira Ponte, passou a ser mão dupla e gerou insatisfação entre moradores. Foto: Reprodução (Google)
Os motoristas de aplicativo não aprovaram as mudanças implantadas pela Prefeitura de Vitória na Rua Clóvis Machado, que dá acesso à Terceira Ponte, na Enseada do Suá, na Capital. A principal reclamação da categoria é a retirada dos pontos de embarque e desembarque na via, que passou a ser mão dupla. Segundo eles, com a alteração, aumentaram os riscos de paradas irregulares, o que dificulta o atendimento aos passageiros.
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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Aplicativos do Espírito Santo (Sintappes), Gessé Gomes de Souza Júnior, afirmou que a mudança prejudica tanto os motoristas quanto os usuários. “As alterações tiraram os pontos de estacionamento, dificultando o embarque e desembarque seguro de passageiros. Agora, não há mais áreas destinadas para essas paradas, o que aumenta o risco para os passageiros e multas para os motoristas”, diz.
Outro problema apontado por Gessé é a falta de planejamento com base em dados reais de demanda. Ele cobra uma integração maior entre o poder público e as plataformas de transporte. “As plataformas têm uma responsabilidade muito grande em fornecer dados que ajudem no planejamento da mobilidade. Sem essas informações, não adianta fazer mudanças que não atendem a realidade da cidade”, afirmou.
Segundo o sindicato, os próprios passageiros têm demonstrado insatisfação. “Se perguntar a qualquer usuário, ele vai dizer que está pagando mais caro e enfrentando atrasos. Os motoristas também não querem perder tempo no trânsito ou circular em áreas com intervenções viárias sem previsão de término. Muitos evitam corridas naquela região por causa das dificuldades de circulação, mesmo para trajetos curtos”, explicou.
Estudo para nova alteração
Em nota enviada à reportagem do ES360, a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec) informou que uma equipe de arquitetos, em diálogo com os moradores da região, está realizando estudos de viabilidade para a implantação de uma baia destinada a carga e descarga na via, além de embarque e desembarque de pessoas. Após a confirmação da viabilidade, será elaborado o projeto, que será encaminhado à Secretaria de Obras (Semob) para execução.
“As obras de requalificação viária da Enseada do Suá, também conhecido como Plano de Mobilidade Leste, são a materialização das ações necessárias para mitigar um dos principais desafios à integração da Região Metropolitana da Grande Vitória, apontado no diagnóstico integrado do Plano de Desenvolvimento Integrado – Região Metropolitana da Grande Vitória, elaborado pelo Instituto Jones dos Santos Neves em 2017, que seria a mobilidade no entorno da Terceira Ponte”, diz o comunicado.
Ainda segundo a administração, para ampliar a fluidez no entorno da Terceira Ponte a Prefeitura de Vitória elaborou um estudo do fluxo de veículos que circulam pelo bairro (trânsito local e trânsito metropolitano – ligação direta de Vitória com Vila Velha). “Além de atender o desafio apontado pelo Plano de Desenvolvimento Integrado a Prefeitura de Vitória ampliou a área a ser beneficiada com as obras de mobilidade sugeridas para o entorno da Terceira Ponte, chamando a comunidade residente dos bairros Praia do Canto, Ilha do Frade, Ilha do Boi, Praia do Suá, Enseada do Suá e Santa Helena para apresentar suas considerações e propostas”, destacou a prefeitura.
Na semana passada, em entrevista ao portal ES360, o secretário de Obras de Vitória, Gustavo Perin, destacou que um dos principais gargalos de trânsito de Vitória é o acesso à Terceira Ponte. Segundo ele, são cerca de 90 mil veículos por dia que passam pela ponte e transitam pelas vias de Vitória com destino a Vila Velha. Para Perin, antes da mudança, quem saía da Clóvis Machado precisava disputar espaço com o fluxo de veículos em direção a Vila Velha.
“Retiramos oito vagas de estacionamento em frente a um condomínio. Estamos convictos de que estamos fazendo o certo, mas, caso haja decisão judicial, vamos cumprir. Se oito vagas forem mais importantes que 90 mil carros, paciência”, declarou.
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Vitória, informou que o prazo para resposta do município de Vitória ainda não foi finalizado. O MPES aguarda essa resposta e a reunião que será realizada no início de julho para análise do tema e adoção das demais providências cabíveis.
