Dia a dia
8 mil litros de azeite com suspeita de adulteração são apreendidos no ES
Galões de 5 litros eram comercializados por distribuidoras da Grande Vitória. Falso azeite abastecia restaurantes, lanchonetes, padarias e hotéis
Mais de 8 mil litros de azeite com suspeita de adulteração foram apreendidos em uma operação da Polícia Civil e o Ministério da Agricultura na Grande Vitória. O produto é fabricado por uma empresa de São Paulo, mas estava sendo comercializado por distribuidoras de alimentos nas cidades de Cariacica, Viana, Vila Velha e Serra.
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A empresa que foi foco da operação é reincidente no crime, pois já havia sido flagrada comercializando óleo misto em embalagens de azeite em 2019. De acordo com o delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), a empresa tinha autorização para vender apenas óleo misto, por isso a suspeita é de que o conteúdo dos galões apreendidos seja esse, e não azeite extra virgem, como diz a embalagem.
Na operação feita contra a empresa em 2019, as embalagens apreendidas com o falso azeite eram as tradicionais de 500 ml, encontradas em supermercados. Desta vez, a estratégia da empresa foi diferente. Agora a apreensão foi de galões de 5 litros.
“Por que no garrafão de 5 litros? Porque assim fica mais difícil a fiscalização, porque isso não está exposto ali na gôndola para o consumidor final, mas isso acaba parando na mão do consumidor final como? Eles vendem isso para as distribuidoras, e essas distribuidoras vendem para bares, lanchonetes, restaurantes, hotéis e esses estabelecimentos acabam abastecendo aqueles vidrinhos que ficam em cima da mesa quando você vai ali almoçar e na verdade em vez de azeite o consumidor acaba consumindo um outro óleo na sua alimentação”, explica o delegado.
No total, 1.692 galões de 5 litros com o líquido suspeito foram apreendidos, o que totaliza 8.460 litros do suposto azeite. O material foi encaminhado ao Ministério da Agricultura, que fará uma análise para confirmar se o produto se trata mesmo de óleo misto.
Os responsáveis pela empresa, que já respondem a um processo pelo crime de 2019, vão responder novamente pelo mesmo crime. “Os administradores da empresa, da mesma forma que aconteceu em 2019, vão responder por crime contra a relação de consumo, com pena de dois a cinco anos, por estarem produzindo um produto fora das normas. A suspeita é de que isso seja óleo misto, porque essa empresa pode produzir esse óleo misto, então ela só deve ter mudado a embalagem e aumentado o preço para auferir o lucro”, detalha Passamani.
A operação aconteceu na quinta-feira (07), mas as informações só foram divulgadas nesta segunda-feira (11), em coletiva de imprensa.
Orientação
Para evitar ser vítima de fraudes, o delegado orienta que os consumidores, e em especial, nesse caso, as distribuidoras de alimentos, chequem a procedência do azeite antes de realizar a compra. A dica é entrar no site do Ministério da Agricultura e verificar se o produtor está autorizado a vender azeite.
“Nesse caso ele não estava autorizado a vender azeite. Então isso é um indicativo. O resto é sempre as mesmas dicas: olhar preço, olhar a embalagem, veriricar se tem procedência, origem de onde vem, ver se tem informações completas sobre o fabricante e se atentar aos valores, se o preço está muito baixo. Porque nesse caso você está achando que está comprando um azeite muito barato, mas na verdade você está comprando um óleo muito caro”, conclui o delegado.
Histórico
Essa não foi a única apreensão de azeite falso no Espírito Santo. Em outras duas operações, nos dias 3 e 21 de outubro, a Polícia Civil apreendeu no total 783 garrafas de azeite que eram vendidas em supermercados da Grande Vitória.
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