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Coluna André Andrès

6 vinhos sul-americanos estão entre os melhores do ano da WS

A Wine Spectator é uma das revistas mais conceituadas da área

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Primeiro, vamos eliminar uma dúvida: afinal, qual o significado da sigla “WS”? O mundo do vinho é recheado de siglas (sinceramente, não sei o motivo). RP é Robert Parker, crítico respeitado e polêmico. JR é Jancis Robinson, “a” mulher do vinho no mundo. E WS é Wine Spectator, uma das revistas mais conceituadas da área no planeta. A publicação é norte-americana e sua lista anual dos melhores vinhos degustados pela equipe de analistas é sempre aguardada com expectativa e muito festejada pelos produtores incluídos.

Há motivos: os 100 escolhidos venceram uma disputa com milhares de outros rótulos. E a avaliação da Wine Spectator é das mais criteriosas. A nota dada aos vinhos é resultado de uma equação. Além das análises tradicionais (paladar, aroma etc.), outros pontos são considerados, como o preço, por exemplo. Um deles é importantíssimo: o número de garrafas disponíveis no mercado. Critério fundamental. Afinal, não adianta escolher um vinho de produção limitada, praticamente impossível de encontrar no mercado.

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Bem, mas vamos ao mais importante. A lista deste ano, dos 100 melhores vinhos degustados pela equipe da WS, traz seis vinhos sul-americanos. Eles estão na relação abaixo. O comentário é uma tradução daquele publicado pela revista, com algumas pontuações deste colunista.

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Luca Malbec Old Vine 2019 – Valle do Uco (Argentina)

VINHO LUCA

[O tinto argentino, produzido por Laura Catena, alcançou um honroso 21º lugar na lista da WS].
Sabores untuosos de groselha preta e cereja madura são sustentados por taninos de porte médio neste tinto, de palato médio cremoso, com notas de mousse de chocolate concentradas no final. Beba até 2026. 13.000 caixas feitas, 7.000 caixas importadas [para os Estados Unidos].

Clos de los Siete 2018 – Valle do Uco (Argentina)

CLOS DE LOS SIETE

[Mais um rótulo argentino. Ficou na 53º posição]Denso e poderoso, com notas abundantes de argila aos sabores de cereja escura e ameixa torrada que mostram acentos cremosos. Termina com chocolate amargo no final. Mescla de Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah, Petit Verdot e Cabernet Franc. Beba até 2024. 650.000 caixas feitas, 22.400 caixas importadas.

[Este vinho foi citado na coluna da semana passada. Em promoção, estava por R$ 86. Hoje, talvez já nem seja encontrado]

Concha y Toro Buin Gravas del Maipo Syrah 2018 – Chile

GRAVAS DEL MAIPO CONCHA Y TORO

[Buin e Gravas del Maipo são as regiões de origem das uvas usadas na produção do tinto. Ele ficou em 64º lugar na lista]
Elegante e bem estruturado, com sabores concentrados de frutas escuras e especiarias asiáticas que se impregnam de uma riqueza cremosa. O final rico perdura com notas de trufas de chocolate e carne seca bem enrolada. Beba até 2025. 1.500 caixas feitas, 250 caixas importadas.

De Martino Legado Reserva Cabernet Sauvignon 2019 – Maipo Valley (Chile)

DE MARTINO LEGADO RESERVA

[O vinho da tradicional casa chilena ficou em 66º lugar na relação da WS]
Este tinto rico e refinado tem sabores de cereja escura e ameixa, e condimentos que mostram toques tostados. Termina com notas de alcatrão e café no acabamento estruturado. Beba até 2026. 5.500 caixas feitas, 1.800 caixas importadas.

Zaha Toko Vineyard Malbec Cabernet Sauvignon 2018 – Paraje Altamira (Argentina)

Zaha Toko Vineyard Malbec Cabernet Sauvignon 2018 - Paraje Altamira

(Tinto de Mendoza, ficou em 73º na lista)
Este tinto robusto está repleto de sabores concentrados de ameixa escura e amora silvestre que se tornam cremosos e saborosos no palato médio. Os toques de torta de chocolate preenchem o final vivo, que é apoiado por uma acidez e taninos firmes. Beba até 2025. 1.000 caixas feitas, 1.000 caixas importadas.

Alta Vista Atemporal Albaneve Vineyard 2018 – Valle do Uco (Argentina)

Alta Vista Atemporal Albaneve Vineyard 2018

Suculento e bem estruturado, com bom corte e concentrado nos sabores de ameixa vermelha e frutos silvestres, preenchidos com rica acidez. Os acentos minerais e de especiarias permanecem no final fresco. Malbec, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Beba agora até 2024. 30.000 caixas feitas.

Só uma última observação: todos os vinhos argentinos citados são da região de Mendoza. Sinal de brilho e consistência da principal região vinícola argentina. Agora é só correr atrás de algumas dessas garrafas e conferir se sua opinião bate com a dos avaliadores da WS.

André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.