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Projetos de conservação e a participação comunitária

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  • Por Valdívia da Rocha Ferreira Caetano

Os projetos de conservação surgem em resposta aos problemas ambientais concretos como risco de extinção de espécies, degradação dos solos e dos cursos d’água e ameaças ao funcionamento dos ecossistemas. Para que tenham sucesso, é preciso o envolvimento de diferentes profissionais como biólogos, veterinários, sociólogos, economistas, geólogos, gestores e educadores de diferentes níveis de formação. Desde o voluntário, o estagiário, até os mestres e doutores, cada membro de um projeto de conservação tem sua importância na construção das respostas aos problemas, pois imprimem diferentes concepções sobre o mundo.

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Mas, para que um projeto de conservação alcance seus objetivos e tenha abordagens realistas é fundamental a integração com a comunidade local.

Foto: Programa de Conservação Saíra-Apunhalada

Foto: Programa de Conservação Saíra-Apunhalada

Por mais conhecimento técnico-científico que a equipe possua, é imprescindível a construção de espaços de diálogo e interação com representantes locais (comunidades, escolas e instituições) e com as pessoas da comunidade para compreender a realidade local, obtendo informações importantes que a comunidade possui e que podem ser compartilhadas em benefício do programa de conservação.

O conhecimento tradicional, a história local, os valores e a compreensão de mundo da comunidade trazem realismo e legitimidade aos programas de conservação, se forem levados em consideração no planejamento e execução das ações.

Foto: Programa de Conservação Saíra-Apunhalada

Foto: Programa de Conservação Saíra-Apunhalada

É fundamental a existência de pessoas que façam o elo entre o projeto e a comunidade, pois essa aproximação concede à equipe o direito de ser ouvida e facilita o entendimento por parte da comunidade da importância do projeto até o ponto de se envolverem em sua execução.

Buscar o olhar da comunidade e entender a realidade local é fundamental para promover o fortalecimento das boas relações, tirando o foco dos conflitos que geralmente existem entre as atividades humanas e a natureza.

É preciso investir muito em troca de experiências, intensificar o aprendizado mútuo e reconhecer o protagonismo das comunidades nas ações, sempre com base na ciência e cuidado para que não se crie expectativas que não possam ser cumpridas.

O trabalho de conservação deve levar em consideração a importância da dimensão social e promover a sintonia entre a ciência e o saber popular ampliando o sentimento de pertencimento da comunidade e destacando a importância de sua contribuição para a conservação da biodiversidade. Caso contrário, as chances de fracasso são maiores que as de sucesso e quem sai perdendo é a natureza.

Sobre o autor:

Valdívia da Rocha Ferreira Caetano

Valdívia da Rocha Ferreira Caetano

Valdívia da Rocha Ferreira Caetano, gestora ambiental e gestora de recursos humanos, pós-graduada em administração do terceiro setor. Atualmente compõe a diretora do IMD, Coordenadora do Projeto Simbora Pro Parque e atua na mobilização social e de ações de educação ambiental do Programa de Conservação da Saíra Apunhalada.

Pela Natureza, o Melhor da nossa Humanidade

O Instituto Marcos Daniel é uma associação privada sem fins lucrativos qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de interesse Público. Fundado em 2004, o foco de atuação do IMD é a elaboração e execução de projetos de conservação da biodiversidade e a formação de multiplicadores para a conservação da natureza. Neste propósito, temos contado com o apoio institucional de diversos órgãos públicos, universidades, ONGs e empresas, formando uma rede de elevado capital social e ampla capilaridade na sociedade, promovendo assim a conservação do maior patrimônio do Brasil, a sua biodiversidade.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.