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Papo cervejeiro: Cinco perguntas para Alexandre Bleed

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Sommelier de cerveja Alexandre Bleed. Foto: Divulgação

Sommelier de cerveja Alexandre Bleed. Foto: Divulgação

Falar sobre cerveja sempre rende um bom bate-papo. Por isso, inicio neste espaço uma série de entrevistas com referências no mercado cervejeiro no Brasil. Para começar, convidamos o advogado e sommelier de cerveja de São Paulo, Alexandre Bleed, que há cinco anos comanda o canal do YouTube Doutor Breja. Ele falou um pouco sobre suas preferências, sua relação com a cultura cervejeira e também sobre manter o equilíbrio e saúde provando sempre novos estilos. Confira a entrevista completa.

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1- Como foi seu primeiro contato com a cerveja artesanal? Teve alguma que te marcou?

Meu primeiro contato com cerveja artesanal foi bem marcante. Foi em 2005, na cidade de Campos do Jordão, em um bar próximo ao Capivari chamado Hops (infelizmente hoje não existe mais). Na ocasião o garçom me atendeu, eu disse que não queria cerveja porque não gostava (naquela época eu ainda não conhecia as cervejas corretas) e em dois minutos o gerente do bar estava na minha mesa com uma proposta interessante: “posso te trazer uma cerveja de trigo e se você não gostar você não paga?”. Seria desfeita recusar né? Aceitei e para minha felicidade me senti como se um portal estivesse sendo aberto na minha frente. Logo pensei “para tudo, se isso aqui é cerveja então existem cervejas que eu gosto, porque isso aqui tá uma delícia”. No dia seguinte, ainda em Campos do Jordão, fui no bar da BadenBaden, vi no cardápio que eles tinham uma cerveja de trigo e então fui logo nela. Para a minha surpresa ela era tão boa quanto, mas era ainda diferente da que eu havia tomado no dia anterior. Tinha um toque de canela que me lembrava deliciosos bolos que eu comia na infância. Desde então eu nunca mais parei de experimentar diferentes cervejas e estudar esse líquido maravilhoso que mudou a minha vida literalmente “da água para a cerveja” (sem parar de tomar água, logicamente, rs).

2 – Quais são seu três estilos favoritos?

O primeiro eu certamente falaria Flanders Red Ale, pois sou louco pelo estilo. Mas acredito que tudo depende do dia. Tem dias que só quero tomar uma bela e clássica German Pils. Tem dias que eu prefiro ficar com Imperial Stouts envelhecidas em barril de madeira. Outros dias certamente vou optar por uma bela IPA e por aí vai.

3 – Quais são os lúpulos que mais gosta?

Essa é fácil… Citra é vida. Citra é amor! Mas também sou muito fã de Nelson Sauvin, Mosaic e East Kent Golding.

4 – Como avalia a evolução do paladar e/ou preferências ao conhecer estilos? Existe alguma linha evolutiva comum que todas a maioria das pessoas passa na degustação de cervejas?

Cada caso é um caso e logicamente existem diversos caminhos para essa evolução de paladar acontecer, que dependem principalmente das experiências gastronômicas prévias da pessoa. Entretanto, de forma geral podemos dizer que normalmente a pessoa sai da cerveja de massa, fica apaixonado por weissbiers e witbiers, depois começa a pender pro lado do amargor, fica apaixonada pelas IPAs, depois pula pras sours, cervejas belgas e finaliza sorrindo para imperial stouts envelhecidas em madeira.

5 – Tem como ser saudável e beber com frequência cerveja artesanal? Como chegar num ponto de equilíbrio?

Como diriam alguns amigos “beber melhor tá fácil, difícil mesmo é beber menos”, rs. E eu entendo perfeitamente, pois com um mercado tão cheio de cervejas deliciosas é difícil dizer “por hoje deu, parei”. Mas acredito que dá sim pra ter um ponto de equilíbrio e é tudo uma questão de costume. É lógico que ainda assim as vezes beberemos mais do que deveríamos, o que não é certo/aconselhável. Mas faz parte da vida, afinal, ficar paranoico com saúde é ainda pior do que se divertir tomando umas cervejas a mais. De toda forma, como eu sempre digo, o importante é que o consumo moderado seja a regra da vida (cerca de 10ml a 20ml de álcool no dia para as mulheres e 15 a 30ml de álcool para os homens, no máximo). Aí as escapadas viram exceções e aí dá pra conviver tranquilo com isso. Pra mim vida saudável não tem muito segredo, basta: cultivar pensamentos bons, fazer atividade física, ter uma boa alimentação e consumir cerveja com moderação.

Mais lúpulo, por favor

Leticia Orlandi é jornalista e entusiasta de cervejas artesanais. Escreve sobre histórias e sabores por trás de cada copo.

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