IBEF Academy
O custo do sedentarismo
Por Pedro Miranda
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Muitos de nós não se dão conta do quanto a saúde física impacta direta e indiretamente a saúde financeira das pessoas, organizações e países, o que, consequentemente, influencia toda a economia mundial.
A maioria das pessoas, com certeza, já ouviu falar sobre os benefícios que a atividade física pode proporcionar. Mas, mesmo assim, por que grande parte delas adia o seu primeiro dia na academia?
Talvez porque ainda não as custe dinheiro e, assim, dentro de suas prioridades, o trabalho possui maior relevância. Porém, em algum momento essa conta vai chegar, e infelizmente não vai fechar com saldo positivo.
O movimento humano e a atividade física são as maneiras pelas quais os nossos sistemas têm de melhorar o funcionamento do nosso organismo, de modo a atender nossas necessidades fisiológicas básicas com mais qualidade. Sendo direto e objetivo, se exercitar é tornar-se mais eficiente. Um exemplo que deixa ainda mais clara essa afirmação é a adaptação fisiológica positiva do nosso sistema cardiovascular quando estamos engajados em um programa de treinamento: nosso músculo do coração fica mais bem condicionado, o que torna o processo de irrigação do corpo mais eficiente, fazendo com que o coração tenha que bater menos vezes para dar conta da demanda. Ou seja, mais eficiência e vitalidade.
Dissertar sobre isso pode não ser tão atraente em relação ao que os números mostram. Afinal, quanto custa o sedentarismo?
A falta de atividade física custa muito caro para a população na atualidade, e custará muito mais a longo prazo. O sedentarismo custa à economia global cerca de US$ 67,5 bilhões (R$ 220 bilhões) todos os anos, mais do que o PIB do Paraguai, por exemplo. Desse total, US$ 58,8 bi são gastos anualmente em cuidados médicos decorrentes da inércia prolongada, além de US$ 13,7 bi que são perdidos todos os anos em produtividade.
As estimativas são parte de uma série de estudos publicada na revista científica The Lancet, que revela ainda que a falta de atividades físicas ocasiona a morte de aproximadamente 5 milhões de pessoas todos os anos — um número de mortes maior até do que as causadas pela pandemia de Covid-19 (Fonte: BBC).
Nessa conta, deve-se considerar o número de pessoas afastadas por invalidez, atestados médicos decorrentes de doenças provenientes do estilo de vida sedentário, recursos necessários ao tratamento de enfermidades e o aumento de doenças metabólicas não transmissíveis, tais como diabetes, depressão, câncer, infarto, e até demências.
Entretanto, como será possível contabilizar a redução da produtividade em decorrência do sedentarismo? E a dedicação de tempo de uma ou mais pessoas de determinada família para cuidar de um ente doente? Algumas coisas são difíceis de mensurar em números, mas deveriam ser levadas em consideração.
Acredito que o incentivo à prática de esportes e de atividade física deva ser de interesse comum, e não apenas restrita ao setor de saúde; afinal, agora já sabemos o quanto a sua ausência impacta diretamente no nosso bolso.
Você já imaginou a quantidade de benefícios, bem como a enorme redução de gastos que uma sociedade mais ativa em termos de vida saudável nos proporcionaria?
A partir da leitura desse artigo, eu lhe estendo um convite para colocar em prática essa mudança, pois é de sua responsabilidade cuidar da própria saúde, bem como será seu o compromisso para tratar de uma eventual doença — caso possua algum acometimento. Quando você ou alguém próximo fica doente, infelizmente, o meio em que vive torna-se menos próspero. Se melhorar a saúde não é um motivo que te faça parar de postergar “o primeiro dia na academia”, espero que ter uma vida financeira mais próspera o faça.
Autor
Pedro Miranda é empreendedor na área da Saúde, lidera projetos que tem como propósito melhorar a relação das pessoas com os cuidados com a saúde através da atividade física, Empresário do setor alimentício (Mangalô Café Bar) e também atua como Personal Trainer
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