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Não somos iguais, ainda bem

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Por Marcelo Otávio de Albuquerque Benevides Mendonça

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No último domingo, Novak Djokovic ganhou o seu 19º Grand Slam de tênis. À frente dele, ainda estão Rafael Nadal e Roger Federer, com 20 títulos cada. Pouco importa quem é o maior ou o melhor, pois estamos vivendo o maior momento da história do tênis. E isso só é possível em virtude da desigualdade individual de aspectos físicos, psicológicos e técnicos de cada um desses três “monstros” do esporte, também conhecidos como “Big 3”. Para se ter uma ideia, sem considerar os “Big 3”, o tenista em atividade com maior quantidade de títulos possui apenas 4. Se considerarmos os aposentados, são 14.

É indiscutível que o indivíduo, como um ser único — ainda que componente de um grupo denominado sociedade — tem características totalmente individualizadas. Não existe no mundo um ser igual ao outro, e nem mesmo os gêmeos são totalmente iguais: suas células são diferentes, cada um tem um DNA específico, etc.

Essa diferenciação nos proporcionou que os três maiores da história do tênis vivessem ao mesmo tempo e nos proporcionassem algo que vai ser difícil de ser superado. Vemos por esse lado, então, que a desigualdade — ou a não igualdade — é algo bom, necessário e relevante ao mundo. O exemplo nesse esporte, assim como em outros, vide Pelé, Messi, Jordan, Phelps, etc., mostra que se todos fossemos iguais não haveria incentivo à evolução e à superação… tudo seria igual, sem vida e sem graça.

O mesmo se aplica ao mundo econômico e empresarial: um profissional ou empreendedor, em qualquer área que seja, precisa ser livre para poder explorar todo seu potencial e crescer, gerar valor, ou até mudar o mundo. O que seria de nós sem as inovações de Bezos, Jobs, Musk, Gates? Sem líderes como Churchill, Thatcher, Reagan?

Trago esses apontamentos para demonstrar como a falácia coletivista (incluem-se aqui o fascismo, nazismo, socialismo e comunismo) de um mundo de seres iguais, em que o tomador de decisão afirma saber o que é melhor para o coletivo e que define o que o indivíduo vai ser, e até onde ele pode ir — limitando todo o seu potencial de mudar o mundo —, é uma completa violação da natureza humana.

O indivíduo, por sua própria natureza (seja pelo aspecto religioso ou científico), é único, e sua unicidade precisa e deve ser protegida. Acreditar que um governo autoritário e coercitivo é necessário para “garantir a igualdade” é, na verdade, pedir por uma prisão mental e, sobretudo, física. É como se um passarinho pedisse ao homem para viver numa gaiola. Contraditório, não é?

Voltando ao “Big 3”, um coletivista poderia dizer: “– É injusto esses três possuírem tantos títulos, e outros, poucos, ou quase nenhum. Temos que impedir isso!”. Quem sabe, em um mundo distópico controlado pelo coletivismo, esses mesmos fossem impedidos de jogar ou, então, monocraticamente, seria escolhido um dos três para ser o “campeão nacional”, anteparando os demais na luta rasteira para superar o concorrente.

Qualquer que seja o cenário, é preciso reconhecer que a liberdade, tanto individual quanto econômica, é a energia que move o mundo.

Sobre o autor

Marcelo Otávio de Albuquerque Benevides Mendonça. Foto: Divulgação

Marcelo Otávio de Albuquerque Benevides Mendonça. Foto: Divulgação

Marcelo Otávio de Albuquerque Benevides Mendonça é advogado e Professor Universitário. MBA em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), MBA em Gestão Tributária e Sucessória pela Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), LLM em Direito Societário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Membro do Instituto Líderes do Amanhã. Membro do Ibef Academy. Vice-presidente do Instituto Direito e Liberdade Econômica – IDL. Sócio do Mendonça & Machado Advogados.


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Ibef Academy é o ciclo de formação do IBEF Jovem ES, focado em conteúdo das áreas de finanças e economia. Seu objetivo é melhorar o ambiente de negócios e financeiro do Espírito Santo, através da auto capacitação de seus membros nas referidas áreas. O IBEF Jovem ES, por sua vez, é o braço do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (IBEFES) que reúne profissionais com até 35 anos.

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