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Liberdade Econômica: simplicidade é a receita para o sucesso
Por Jhonnilo Soares Cunha
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Recentemente, o Brasil ocupou a 143ª posição no ranking de liberdade econômica mundial, que mede uma série de indicadores relacionados ao ambiente econômico e institucional, classificando os países entre aqueles mais e menos propícios ao crescimento econômico e à melhora na qualidade de vida da população. Dentre os fatores que mais impactaram para esse resultado pífio, destacam-se a falta de liberdade para se trabalhar e empreender, contas públicas desorganizadas, além da insegurança jurídica, corrupção e alta carga tributária.
Há quem possa argumentar que estamos passando por um momento de dificuldade econômica, e que mais controle é necessário para se “atravessar essa fase”. Qualquer economia possui ciclos econômicos. Ray Dalio, fundador e acionista do maior fundo de investimento tipo hedge do mundo, tem uma das melhores e mais didáticas explicações a respeito do funcionamento da máquina econômica; ele também acredita que muito sofrimento é causado de maneira desnecessária, e pela falta de entendimento das pessoas sobre tal funcionamento.
Em uma economia (que é cíclica!), a defesa do livre mercado deve ser integral e inviolável. Não é sensato fazer a defesa da liberdade na calmaria e pedir socorro na tempestade. Em tudo, há altos e baixos, e momentos difíceis ocorrerão. E esses momentos tornam-se extremamente nocivos, não pela natureza do ciclo, mas porque permitem que o Estado emplaque intervenções cada vez mais profundas nos mercados.
Com um discurso superficial e paternalista, burocratas criam medidas de controle e políticas de auxílios que aumentam a complexidade de empreender e investir, além de gerar um desestímulo à produtividade, que é o único caminho que possibilita crescimento econômico real no longo prazo.
A economia é a soma das transações realizadas pelos indivíduos, e a produtividade é a forma de se gerar crescimento por meio de novos produtos ou serviços a serem transacionados. Cabe a cada indivíduo tomar a iniciativa de produzir para que a economia evolua. O Estado paternalista está tão enraizado em nossa cultura que a população se tornou omissa, esperando poder contar com ele sempre que precise. Num ciclo vicioso em que o Estado faz o uso do dinheiro do contribuinte e distribui, ineficientemente, por meio de suas políticas assistencialistas — para o coletivo —, cada vez menos os indivíduos são estimulados a produzir, e cada vez mais se tornam dependentes do Estado, e assim, cada vez menos recursos entrarão nos cofres públicos. É por esse motivo que a falácia popularizada por Karl Marx que a produtividade e a distribuição de riqueza devem ocorrer, respectivamente, “de cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades” é a receita perfeita para frear o motor da economia de qualquer nação.
Há quem se beneficie de toda a parafernália criada pelo Estado, mas infelizmente nunca será o consumidor final. Normalmente, são justamente nos mercados mais regulados onde temos o pior nível de serviço e/ou os piores preços transferidos ao consumidor. Quem já se consolidou nesses mercados, utiliza a burocracia e as regulações como ferramentas para impedirem a concorrência e se protegerem dos pleitos do consumidor, e não o contrário.
Para o mercado ser livre e justo, é necessário desburocratizar e desestatizar. O mercado deve ser autorregulado. Menos legislação significa mais negócios, maior produtividade, mais investimentos, ou seja, mais riqueza para a nação.
A interferência legal e a “mão pesada do Estado” não devem interferir na formação do mercado, em qualquer que seja a situação. E o papel do judiciário é o de oferecer suporte para que os indivíduos possam recorrer, caso sintam-se lesados, e isso só será possível num cenário de leis mais simples e coerentes.
Sobre o autor
Jhonnilo Soares Cunha é Engenheiro mecânico graduado pela UFES e Associado Alumni do IBEF Academy. É consultor de negócios e especialista em inovação, atualmente é Coordenador de Novos Negócios da VIX Logística.
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