Como os NFTs podem reduzir a burocracia?

NFT. Foto: @flashmovie/Freepik

Por Elimar Fardin Lorenzon

Enquanto o clássico e tradicional universo de artes de Da Vinci à Salvador Dalí possui um valor de mercado em torno de US $50 bilhões, um mercado paralelo das artes, muito mais jovem e digital, os NFTs  – tokens não fungíveis -,  já chega ao montante de US $40 bilhões.

Esse é um bom sinal para muita gente que está apostando fichas nesses ativos, e assim como o bilionário mercado das criptomoedas, há quem questione se a bolha está a ponto de estourar ou se ainda dá tempo de embarcar nessa onda. A verdade é que os NFTs têm muito para nos ensinar, e que aliás, vale destacar, é bem mais do que artes digitais!

A tecnologia por trás desses tokens envolve a compra e venda de ativos digitais que asseguram transações de milhões de dólares de maneira prática e segura. Ao adquirir um NFT, na realidade, compramos um certificado digital traduzido por meio de um código de computador.

Imagine o efeito desse processo que transfere a posse de um bem a outro no setor imobiliário, por exemplo? Utilizando blockchain – base compartilhada e descentralizada de dados e registros–, assim como os NFTs, é possível reduzir custos e lentidão na transferência de bens e mantendo (ou até aumentando) a seguridade do processo.

A segurança, em si, fundamental para permitir que essa dinâmica aconteça, se dá por meio dos registros de dados armazenados em grupos de computadores independentes. Qualquer alteração no histórico (ou bloco de dados) pode ser facilmente detectada, novas informações são criadas sem excluir registros passados. Isso dificulta muito a ação de hackers.

Além dos imóveis, a transferência de qualquer bem pode ser facilitada, desde veículos, heranças, certidões, patentes, documentos em geral. Em efeito cascata, essa possibilidade causaria uma verdadeira disrupção para um dos setores mais burocráticos que conhecemos: os cartórios.

Além de todo o ganho de produtividade na realização desses tipos de negócios, os NFTs permitem a prevalência da privacidade dos usuários e auditoria das transações, graças justamente à tecnologia blockchain.

Dessa forma, são muitas as possibilidades que ainda podem ser exploradas e inspiradas com o advento dos NFTs, apesar das potenciais barreiras em termos da estrutura legal, social e cultural na qual esses mercados estão vinculados. Será que a redução da burocracia está, de fato, mais próxima do que nunca antes esteve?

Sobre o autor

Elimar Fardin Lorenzon. Foto: Divulgação

Engenheiro de Produção pela UFES, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, atua com o desenvolvimento, planejamento e modelagem de novos negócios. Experiência também no setor de O&G e Comunicação Empresarial.

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