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Coluna André Andrès

A partir de R$ 35: 10 rótulos para combinar vinho e torta capixaba

Uma seleção de rótulos para você escolher algo do tamanho do seu bolso e fazer a combinação perfeita de vinho e torta capixaba

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Vinho e torta capixaba: combinação saborosa para a Sexta-feira Santa. Foto: Divulgação

Vinho e torta capixaba: combinação saborosa para a Sexta-feira Santa. Foto: Divulgação

É uma tarefa prazerosa. A busca por combinações de sabores é sempre algo divertido. Por exemplo: qual é a harmonização ideal de vinho e torta capixaba? Qual branco vai bem com moqueca? Como estamos em época de Páscoa, qual a melhor maneira de combinar vinho e chocolate? As respostas podem ser curiosas e vir de outras épocas. Então, nos resta repetir as experiências feitas tempos atrás para saber se essas respostas estavam realmente certas…

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Por exemplo: há muitos anos, durante uma degustação histórica no restaurante Pirão, capitaneada por Roberto Serpa, um doutor no mundo do vinho, e pelo saudoso jornalista Saul Galvão, a Sauvignon Blanc foi considerada a casta ideal para acompanhar a moqueca capixaba. Realmente, os brancos feitos com essa uva têm uma acidez marcante (provoca uma reação parecida com aquela causada por frutas cítricas, como o abacaxi, deixando a boca muito úmida). Isso prepara o paladar para receber os pratos. Ou seja, trata-se, por conta disso, de um vinho “gastronômico”.

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A prova do vinho e torta capixaba

Posteriormente, em outra prova, organizada por Silvestre Tavares Gonçalves e com participação de Carlos José Vieira, mais um doutor no assunto, um branco produzido pela vinícola portuguesa Ervideira se saiu muito bem diante de outros 13 rótulos na tarefa de acompanhar uma torta capixaba. Neste caso, estamos falando de uma mescla de várias castas, como é típico dos vinhos feitos no Alentejo.

Como se vê, a culinária capixaba permite muitas combinações, principalmente porque ela também tem muitas variações: a moqueca pode ser feita com vários peixes e acompanhamentos, enquanto a torta vai desde a receita completa, com vários frutos do mar, até aquelas com o recheio formado apenas pela combinação de bacalhau, camarão e palmito, por exemplo. Por isso, a lista a seguir passeia por várias castas, países e preços. É só escolher qual cabe no seu bolso e escoltar a mais típica das tortas capixabas com um bom branco. O seu paladar agradece…

Opção para combinar vinho e torta capixaba: Aurora Chardonnay Varietal. Foto: Reprodução

Aurora Varietal Chardonnay

– É muito comum encontrarmos a Chardonnay submetida a longas passagens por barricas de carvalho. Isso confere ao vinho uns toques de manteiga e de amêndoa por vezes até exagerados, enjoativos. Não é o caso desse varietal, bastante honesto, produzido pela vinícola Aurora. Nele, a fruta se sobressai e, com ela, uma acidez gostosa, equilibrada, além de muito frescor. Vinho fácil de beber, principalmente se for acompanhar uma torta mais leve.
Custo: R$ 35

Vinho branco Santa Ema Classic Sauvignon Blanc

Santa Ema Sauvignon Blanc Classic Selection –

Quer conhecer a Sauvignon Blanc sem gastar muito? O Santa Ema Classic é uma boa opção. Há uma velha regra no mundo do vinho: você conhece uma grande vinícola a partir de seus vinhos mais básicos. É o caso da Santa Ema. Seus rótulos mais elaborados ganham vários títulos mundo afora. E seus vinhos mais acessíveis são muito bons. O Classic é um Sauvignon Blanc honesto: um vinho branco de boa qualidade a um preço camarada. Vai muito bem com qualquer uma das tortas capixabas.
Custo: a partir de R$ 36.

Vinho e torta capixaba: o Quinta da Lixa é boa escolha. Foto: Reprodução

Vinho Verde Quinta da Lixa

– O vinho verde é sempre uma boa opção para nosso clima quente. Para quem não o conhece, é bom explicar: o nome nada tem a ver com a cor do vinho. Ele pode ser branco, rosé e até tinto. “Vinho Verde” é a denominação da região onde ele é produzido. Há duas versões para essa denominação: seria uma referência para o campo, sempre verde, onde as uvas são produzidas; seria uma referência ao momento de colheita das uvas, um pouco antes de elas estarem totalmente maduras. Talvez daí venha a acidez acentuada desse branco, sempre muito leve, baixa graduação alcoólica, descompromissado, de “beber aos montes”, como se diz em Portugal. E sempre uma ótima companhia para frutos do mar, e, portanto, para a nossa torta, principalmente se for a de bacalhau.
Custo: R$ 45.

Vinho e chocolate: como combinar história e sabor

Vinho e torta capixaba: a Cono Sur tem preocupações com a sustentabilidade desde sua criação. Foto: Reprodução

Cono Sur Bicicleta Reserva Chardonnay

– A Cono Sur é uma vinícola relativamente nova no cenário chileno. Ela surgiu no começo dos anos 90, já preocupada com métodos modernos de produção, com a sustentabilidade e a necessidade de investir em produtos orgânicos. A linha Bicicleta é um resumo desses parâmetros. Além disso, completa o quadro entregando ao consumidor vinhos de qualidade superior ao preço. Com um detalhe importante: a Chardonnay não passa por madeira. Ou seja, o vinho expressa as características da uva em todo o seu frescor e sabor. Ótima opção na sua faixa de preço.
Custo: R$ 55

 

Vinho Crios Rosé of Malbec: opção diferente para a combinação de vinho e torta capixaba. Foto: Divulgação

Crios Rosé of Malbec de Susana Balbo

– A harmonização de vinho e torta capixaba pede, normalmente, um vinho branco. No entanto, dá para sair dessa limitação. O rosé, por exemplo, é uma boa opção. E este vinho é, há anos, um dos rosés mais confiáveis da Argentina. Susana Balbo é uma referência na produção local. Como diz o rótulo, o rosé é extraído do contato rápido do mosto com a casca da Malbec. É um vinho bem equilibrado, um pouco mais encorpado quando se compara com os brancos, e com uns toques frutados,  principalmente de goiaba, bem gostosos. Por conta dessa estrutura, pode acompanhar uma torta também mais estruturada, mais completa. Ótimo vinho!
Custo: R$ 79

 

Vinho Toro de Piedra Sauvignon Blanc. Foto: Reprodução

Toro de Piedra Sauvignon Blanc Edición Costeira

-As vinícolas têm o hábito de lançar edições diferenciadas de rótulos já consagrados no mercado. Por exemplo: o Toro de Piedra Sauvignon Blanc já era conhecido por sua qualidade, e, recentemente, a Viña Requingua lançou o Edición Costeira. O nome já dá uma indicação do frescor do vinho. A Sauvignon Blanc aparece com todas as suas características: as notas de frutas cítricas, a acidez refrescante e equilibrada, neste caso, muita mineralidade. Enfim, um branco delicioso.
Custo: R$ 99

Vinho brasileiro ganha medalha de ouro na França

Vinho português Conde de Ervideira Escolha do Enólogo. foto: Divulgação

Conde d’Ervideira Escolha do Enólogo Branco de Inverno

– Uma das mais recentes criações da vinícola do sempre ousado Duarte Leal da Costa. Trata-se de um vinho estruturado, corpulento e delicioso. Feito com castas típicas portuguesas. A Antão Vaz predomina, mas ganha o acompanhamento da Viosinho (cerca de 10%). A primeira casta entra com a estrutura e a elegância, a segunda, com a mineralidade e o frescor. Já imaginou o resultado final? Um branco de presença marcante na boca, mas com fresco e com toques minerais. É bom demais. E com essas características, torna-se um vinho extremamente gastronômico. Combina com qualquer das nossas tortas. O risco é exagerar na atenção da qualidade do branco e simplesmente esquecer de provar o prato…
Custo: R$ 250.

Uma ótima opção para a dupla vinho e torta capixaba: Casa Marin Sauvignon Blanc. Foto: Reprodução

Casa Marin Cipreses Sauvignon Blanc

– Sempre apontado como um dos melhores Sauvignon Blanc do Chile. Uma aula sobre a grande qualidade alcançada pela produção da Casa Marin. O vinho é fresco, estruturado, leve, gostoso. Em resumo, um branco incomum. As uvas foram colhidas em vinhas de mais de 20 anos de idades. A maior parte do vinho amadurece em tanques de inox. Uma quantidade não revelada pela vinícola passa por madeira. Importante mesmo é o resultado final: um grande vinho branco.
Custo: a partir de R$ 250

Vinho e torta capixaba: champagne Bernard Rémy é excelente opção para combinar a bebida e o prato. Foto: Reprodução

Champagne Bernard Remy

– E por que não um champagne para a combinação de vinho e torta capixaba? É um coringa. Só para se ter uma ideia de sua capacidade de combinar com os mais variados pratos, alunos de faculdades de gastronomia são proibidos de propor harmonizações de pratos com espumantes (só para lembrar: champagne é um espumante feito na região de mesmo nome, na França) simplesmente porque eles vão bem com tudo, de carne suína a frutos do mar, passando por risotos e massas. Este Bernard Remy é produzido apenas com Chardonnay, colhida na região de Mesnil-sur Oger. Combina acidez com os tostados típicos dos bons champagnes. É simplesmente delicioso. Aliás, assim como a torta, champagne tem um ar de celebração. Tem tudo para dar certo.
Custo: a partir de R$ 350

Vinho branco português branco. Foto: Reprodução

Guru

– Por fim, um dos muitos exemplos do excelente trabalho desenvolvido pelo casal Sérgio Serôdio e Sandra Tavares, dois dos melhores enólogos de Portugal. O Guru é um colecionador de prêmios e altas pontuações. Aparece com muita frequência nas listas dos melhores vinhos brancos de Portugal. Por exemplo: a safra 2019 recebeu 95 pontos de Robert Parker e 96 pontos da Decanter. O vinho é produzido no Douro com uvas colhidas em vinhas com idade média de 60 a 80 anos. Uma mescla perfeita de Rabigato (garante a acidez da mescla), Viosinho (traz os aromas florais), Gouveio e Códega do Larinho, uvas encorpadas, fundamentais para a estrutura e capacidade de evolução do vinho. Em resumo, um branco sensacional, perfeito tanto para a combinação de vinho e torta capixaba quanto para outras tantas harmonizações.
Custo: em média, R$ 450


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

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