Coluna Vitor Vogas
Vereador do PDT é conduzido a delegacia por boca de urna na Serra
Aliado de Vidigal e apoiador de Weverson, ele nega que estivesse pedindo votos em escola de Vila Nova de Colares, mas foi retirado por PMs do local de votação. Em registro oficial da Sesp, consta mesmo “boca de urna”
O vereador Fred, do PDT, correligionário e apoiador do candidato Weverson Meireles (PDT), foi detido pela Polícia Militar (PMES) e conduzido à 3ª Delegacia Regional de Laranjeiras, na manhã deste domingo (27) de 2º turno na Serra, sob a suspeita de prática de boca de urna.
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De acordo com o registro oficial da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), no “Relatório de ocorrências das eleições da Serra – 2º turno”, por volta das 11h20, “um vereador eleito estava fazendo boca de urna dentro de uma escola”. Após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência, ele foi liberado no local.
A Sesp não informou o nome do vereador, mas apuramos que se trata de Marlon Fred Oliveira Matos, de 40 anos. Vereador na atual legislatura, ele foi reeleito no último dia 6, pelo partido de Weverson e do prefeito Sergio Vidigal, com expressivos 4.370 votos. Foi o 6º candidato mais votado a vereador da Serra. Em março, na última janela partidária, ele trocou o PSDB pelo PDT.
Fred, como é mais conhecido, é comerciante de veículos e imóveis. Tem reduto eleitoral nos bairros Feu Rosa e Vila Nova de Colares – exatamente onde ocorreu o episódio, neste domingo, que levou a polícia a conduzi-lo a depor na delegacia. O vereador nega que estivesse praticando boca de urna.
Segundo Fred, pela manhã, ele foi votar na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Professora Valéria Maria Miranda, no bairro Vila Nova de Colares.
De acordo com a sua versão, após votar, ele ficou por algum tempo na calçada em frente à escola, acompanhado da sua filha e do vereador eleito Pequeno do Gás (PSD), que é da mesma região. Foi quando ele foi abordado por policiais militares.
Fred alega que não estava pedindo votos para ninguém, muito menos distribuindo santinhos, mas apenas usando adesivo de Weverson (o que é permitido) e cumprimentando as pessoas que vinham conversar com ele, já que é muito conhecido na comunidade.
Ainda segundo a versão do vereador, policiais o abordaram a partir de acusações por parte de fiscais que representavam a candidatura de Pablo Muribeca (Republicanos), adversário de Weverson. Elas entenderam que a presença do vereador ali, postado à entrada da escola, e sua interação com os populares, como notório e reconhecido apoiador do candidato do PDT, estariam influenciando os eleitores que chegavam à seção eleitoral para votar. Fred, então, foi retirado do local de votação e conduzido pela PMES à 3ª Delegacia Regional de Laranjeiras, por flagrante de boca de urna. Ele nega:
“Não fiz boca de urna. Fui votar normalmente, só com o adesivo na camisa. Sou uma pessoa muito conhecida. Eu estava do lado de fora da escola, abraçado com a minha filha. O vereador Pequeno do Gás também estava comigo. As pessoas começaram a chegar e pegar na minha mão. Em nenhum momento falei ‘vote em A ou B’. Mas uma fiscal do Pablo falou que eu estava abordando as pessoas e chamou as fiscais da Justiça Eleitoral, que estavam no andar de cima da escola. Elas falaram, então, com os policiais militares. Fui levado para o DPJ, para fazer um termo de ocorrência. No dia 5 de novembro, preciso comparecer perante a Justiça Eleitoral.”
Apesar de o registro oficial da Sesp constar como “boca de urna dentro da escola”, a versão do vereador diverge nesse ponto.
“Na ocorrência não tem que eu estava fazendo boca de urna. Tem que eu estava gerando aglomeração e cumprimentado as pessoas, o que eles alegam que é ilegal. Alegam que eu estava cumprimentando as pessoas e que as pessoas estavam indo me cumprimentar, e que isso estava influenciando os eleitores no local de votação. Basicamente, é isso. Não sei ao certo. Não entendo muito”, afirma Fred. “Justiça no Brasil, só Deus.”
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