Coluna Vitor Vogas
Giro Eleitoral: os bastidores das eleições municipais no ES
Ciro Nogueira com Theodorico Ferraço e Audifax; mais um ex-adversário de Euclério decide apoiá-lo; MP quer barrar vice de Lorena; Armandinho começa a testar limites de proibição de “Xandão”; palanque de Luiz Paulo fica pesado com apoios do governo Casagrande
Nessa quinta-feira (29), o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, esteve em Cachoeiro de Itapemirim em evento de campanha de Theodorico Ferraço, para fortalecer a campanha do deputado estadual a prefeito da cidade pelo partido.
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Também participaram do ato os deputados federais Josias da Vitória e Evair de Melo, respectivamente presidente e vice-presidente do PP no Espírito Santo, além da ex-deputada federal Norma Ayub, esposa de Ferraço.
Na oportunidade, Ciro declarou que foi a Cachoeiro não só para levar seu apoio a Ferraço, mas “para aprender um pouco com a experiência de Theodorico”. Prefeito por quatro mandatos da maior cidade do Sul, Ferração tem quase 90 anos.
De Cachoeiro à Serra
À noite, completando seu batidão pelo Espírito Santo, o chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro participou do comício de inauguração do comitê de campanha de Audifax Barcelos (PP) na eleição para a Prefeitura da Serra, no bairro Parque de Laranjeiras.
Do evento, além de Ciro Nogueira, participaram Da Vitória, Evair, o presidente estadual do PSDB, Vandinho Leite (principal partido aliado na coligação do ex-prefeito), e a candidata a vice de Audifax, Nilza Cordeiro, do PSDB. Todos eles, aliás, tiveram os rostos destacados em tamanho privilegiado no pano de fundo do palanque, com a legenda “Time do Audifax”.
Seletividade
Como tinha pouco tempo no Espírito Santo, Ciro foi seletivo: escolheu dois dos três candidatos mais competitivos do PP a prefeituras das dez maiores cidades capixabas. O terceiro é o deputado estadual Zé Preto, em Guarapari.
Manato e Audifax: inseparáveis
Ainda no comício de Audifax, quem também marcou presença ao lado dele, mais uma vez, foi o ex-deputado federal Carlos Manato.
Derrotado para governador por Casagrande em 2018 e 2022, Manato tem participado pouco do processo eleitoral. A exceção é exatamente a Serra, seu reduto original, onde não abre mão de comparecer aos eventos mais importantes da campanha de Audifax, seu aliado no 2º turno na corrida ao Palácio Anchieta em 2022.
Cachoeiro: MP quer barrar vice de Lorena
Em Cachoeiro de Itapemirim, a candidata da situação, lançada e apoiada pelo prefeito Victor Coelho (PSB), é a ex-secretária de Manutenção e Serviços Lorena Vasques, também do PSB. O vice dela, Alexon Soares Cipriano (PDT), era subsecretário de Regularização Fundiária e Habitação na gestão de Victor. Na análise do seu pedido de registro de candidatura, o Ministério Público Eleitoral opinou que a Justiça Eleitoral não deve deixá-lo concorrer.
O promotor eleitoral Jeferson Ribeiro Gonzaga alega descumprimento do prazo legal para desincompatibilização do cargo. Ele avaliou que o cargo que o candidato ocupava é dotado de atribuições que, na prática, equivalem ao cargo de secretário municipal, “especialmente em termos de poder de decisão e responsabilidade”.
No caso específico de secretários municipais e cargos equivalentes, o prazo de afastamento é de quatro meses antes do pleito. Sendo assim, Alexon deveria ter se afastado até o dia 6 de junho. Segundo o promotor, ele não apresentou prova suficiente de ter cumprido esse prazo, razão pela qual estaria inelegível.
Cabe à Justiça Eleitoral decidir se defere ou não a candidatura.
Mais um ex-adversário de Euclério se rende a ele
Como já registrado aqui, a maioria dos 13 adversários eleitorais de Euclério Sampaio em 2020 agora apoia abertamente a sua reeleição na Prefeitura de Cariacica. Célia Tavares (PT) e Ivan Bastos (PL) não contam, pois são seus concorrentes novamente.
Dos outros 11 possíveis, o número estava em sete. Agora, chega a oito.
O médico Jovarci Motta (Republicanos) foi candidato a prefeito de Cariacica em 2020 pela Democracia Cristã (DC), chegando em 9º lugar entre 14 candidatos. Em julho, quando lhe perguntamos quem ele pretendia apoiar, Motta foi meio evasivo. Disse que ainda não havia se decidido.
Agora, se decidiu.
Nomeação iminente
Nos próximos dias, em acordo direto com Euclério, Motta será nomeado para o cargo comissionado de diretor clínico do Pronto Atendimento do Trevo de Alto Laje. Ele já trabalha na unidade, como plantonista contratado pela empresa terceirizada que administra o P.A.
Motta confirma agora a decisão de apoiar Euclério: “Nosso apoio a ele já era exercido com nosso trabalho e respeito à boa administração dele. Na verdade, agora ficou mais patente e se tornou público”.
Segundo o médico, o convite de Euclério foi feito bem antes do pleito e não foi condicionado a nada. “Foi uma escolha técnica.”
Palanque de Luiz Paulo fica pesado com apoios do governo
Na noite de quarta-feira (28), a campanha de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) a prefeito de Vitória realizou um grande evento em um cerimonial do bairro Santa Lúcia.
O que mais marcou o ato foi a presença de membros dos escalões mais altos do governo Casagrande (secretários, subsecretários e diretores das mais diversas pastas e autarquias).
Além do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) – que acumula o comando da Secretaria de Desenvolvimento e tem assumido pessoalmente esse papel de ponte da campanha com o governo –, estiveram presentes, só do primeiro escalão: o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Bruno Lamas (PSB); a de Direitos Humanos, Nara Borgo (PSB); a de Governo, Emanuela Pedroso (Podemos); e o de Meio Ambiente, Felipe Rigoni (União Brasil), coordenador da campanha.
Marcaram presença, ainda, o diretor de Planejamento da Ceturb-ES, Marcus Perozini, o diretor-geral do Detran-ES, Givaldo Vieira (PSB), o subsecretário de Estado de Gestão e Parcerias, Ricardo Pessanha, subsecretários da Saúde, diretores de hospitais estaduais e assessores de gabinete do governador.
O chamado parece ter sido atendido.
Armandinho: toque de recolher e empenho da mãe
Ainda em Vitória, o vereador Armandinho Fontoura (PL) – afastado, mas candidato à reeleição – pode ser considerado um dos grandes favoritos para pegar uma das 21 cadeiras em disputa na Câmara de Vitória, pelo tamanho da campanha e pelo símbolo de “resistência” que virou para a direita bolsonarista capixaba, acidentalmente (ou graças ao “Xandão”).
Paradoxalmente, Armandinho tem passado algumas agruras exatamente por conta de uma série de limitações impostas e ele pelo mesmo “Xandão”. Medidas cautelares impostas pelo ministro do STF por ocasião de sua soltura da prisão, em dezembro do ano passado, limitam os movimentos eleitorais de Armandinho, incluindo restrições físicas à sua locomoção e ao horário em que pode fazer campanha.
As medidas alternativas à prisão incluem, além do uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher (até às 20h) e proibição de usar as redes sociais.
Vital não rolou
No primeiro caso, ele na prática fica impedido de fazer campanha à noite. Lamenta, por exemplo, não ter podido ir ao Vital, enquanto muitos de seus concorrentes estiveram lá curtindo shows e pedindo votos para os micareteiros.
O drible no Xandão
Quanto às redes sociais, Armandinho informa que, agora, quem administra e alimenta suas plataformas digitais é sua mãe, Kátia Lima. Em release mandado pelo vereador, ele diz que a mãe “assumiu o comando das plataformas digitais do filho”.
De fato, no início desta semana, publicações voltaram a ser feitas no perfil oficial de Armandinho no Instagram. O primeiro deles foi um video em que dona Kátia avisa ao público: “Daqui pra frente quem vai alimentar as notícias e as informações sou eu, aqui, no meu Instagram”.
A conta, porém, é a de Armandinho… Na descrição, incluíram a informação: “Perfil administrado por Kátia (mãe)”.
Como diriam antigamente, está mais parecendo um “dibre” no Xandão…
Testando os limites
Nessa quinta-feira (29), empurrando o limite mais um pouquinho, no vídeo publicado por Armandinho (ou pela mãe dele, digamos assim) no perfil oficial do vereador, o próprio convida o público a comparecer ao lançamento de sua candidatura, na manhã deste sábado. Na gravação, Armandinho exibe uma bandeira dependurada no ombro direito, por óbvia inspiração de Gilvan da Federal (PL), seu principal aliado hoje em dia.
“Pode isso, Arnaldo?!?”
Passando de Vitória para Vila Velha, e de Armandinho para Arnaldinho (os dois já foram correligionários no Podemos), o trocadilho estava pronto, era óbvio que mais cedo ou mais tarde algum oponente o exploraria, e o mais rápido a fazê-lo foi o Coronel Ramalho.
Nesta semana, o candidato do PL à Prefeitura de Vila Velha começou uma série de materiais intitulados: “Pode isso, Arnaldo?”. A referência é ao bordão consagrado pelo locutor esportivo Galvão Bueno, ao interpelar o comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho.
Os primeiros questionamentos de Ramalho a Arnaldinho nessa série dizem respeito, por exemplo, a empréstimo contratado pela Prefeitura de Vila Velha em operação de crédito e a contratações realizadas por dispensa de licitação sem nada, segundo Ramalho, que o justificasse.
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