A amizade é fundamental para o bem-estar, avalia psicólogo

Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o psicólogo Alexandre Brito falou sobre a importância da amizade na vida das pessoas. Segundo ele, a amizade desempenha um papel fundamental no bem-estar emocional e social, sendo uma relação construída por escolha, diferente das relações familiares. Brito destacou que, em muitos casos, os amigos acabam se tornando a família que escolhemos, oferecendo apoio, conselhos e companheirismo.

A amizade, segundo o psicólogo, é um espaço de trocas, de descobertas e até de frustrações. Ele enfatiza que, assim como nos relacionamentos amorosos, a amizade também pode passar por desafios e momentos de tensão, mas isso faz parte do processo de aprendizado e crescimento pessoal. Brito também ressalta que as amizades ajudam a nos dar forças para enfrentar desafios e a celebrar momentos de alegria.

Como cultivar uma amizade verdadeira?

Alexandre Brito explica que, embora seja importante cultivar amizades, elas não devem ser encaradas como uma obrigação. Ao contrário de outros relacionamentos, a amizade não exige interações diárias para se manter forte. Muitas vezes, mesmo após um longo período sem contato, é possível retomar a conexão como se o tempo não tivesse passado.

No entanto, o psicólogo alerta para a necessidade de avaliar se a pessoa que consideramos amiga realmente merece esse título. Ele ressalta que algumas pessoas podem se apresentar como amigas, mas acabam trazendo mais problemas do que benefícios, gerando desconfiança e insegurança. Por isso, é fundamental ficar atento aos sinais e evitar manter relacionamentos que não tragam bem-estar.

Tipos de amizades

Brito também mencionou a teoria do filósofo Aristóteles, que classifica as amizades em três tipos: por interesse, por prazer e a virtuosa. A amizade por interesse é aquela em que um dos lados se beneficia, enquanto a por prazer está presente apenas nos momentos de diversão. Já a amizade virtuosa é a mais genuína, onde o amigo não espera nada em troca, a não ser que o outro seja ele mesmo.

Durante a entrevista, o psicólogo foi questionado sobre a normalidade de ter poucos amigos ou até mesmo nenhum. Brito destacou que é mais comum e saudável ter um número reduzido de amizades verdadeiras, do que um círculo extenso de conhecidos. Para ele, ter muitos amigos pode ser um sinal de relações superficiais, em que a confiança e a intimidade não são genuínas.

Amizades verdadeiras, segundo o psicólogo Alexandre Brito, envolvem intimidade, ou seja, o compartilhamento de aspectos pessoais que nem todos conhecem. Essas relações se baseiam na confiança mútua e no apoio, sem hierarquias. Ele reforça que, se alguém está se sentindo desconectado ou sem amigos, pode ser importante refletir sobre as causas e considerar buscar ajuda profissional.

A importância da confiança nas amizades

Outro ponto destacado por Brito foi a confiança, que ele descreve como a base de qualquer amizade sólida. A palavra confiança, segundo ele, significa “ter fé” em alguém, mesmo sem garantias de que a relação sempre será perfeita. Essa fé envolve um salto no desconhecido, algo essencial para manter laços de amizade ao longo do tempo.

Por fim, o psicólogo reforçou a ideia de que a amizade é uma relação horizontal, sem hierarquias. Em sua experiência, ele já viu muitas amizades desmoronarem quando uma das partes assume uma posição de poder sobre a outra, transformando a relação em algo burocrático e desbalanceado.

Brito conclui que, para manter uma amizade saudável, é importante avaliar constantemente esses laços e cultivar aquelas relações que realmente agregam valor à vida, sempre com base na confiança, na troca e no respeito mútuo.

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