Coluna Vitor Vogas
Euclério Sampaio exonera presidente do PSB em Cariacica
Mas ele não ficou desabrigado politicamente. Logo foi reacomodado no governo Casagrande, com um cargo comissionado na Casa Civil
![Euclério Sampaio e Luiz Silvério Coutinho, o Índio. Foto: reprodução Facebook](https://es360.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Euclerio-e-indio.jpg)
Euclério Sampaio e Luiz Silvério Coutinho, o Índio. Foto: reprodução Facebook
O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, exonerou o presidente municipal do PSB do cargo que ocupava no alto escalão da prefeitura. Luiz Carlos Silvério Coutinho, mais conhecido como Índio, foi desligado do cargo de secretário extraordinário de Relações Políticas. O ato de exoneração foi publicado na segunda-feira (10) no Diário Oficial de Cariacica.
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No lugar de Índio, Euclério nomeou Raphael Cardoso Leite, o Raphinha, ex-jogador de futebol de areia. Em Cariacica, ele é conhecido por ter sido um dos principais operadores políticos do antecessor de Euclério, Juninho, que governou Cariacica de 2013 a 2020 e também é ex-jogador de futebol. Como operador de Juninho, Raphinha atuava fortemente nos bastidores em nome do então prefeito.
O PSB é o partido do governador Renato Casagrande, principal aliado de Euclério na política estadual. O partido também é um dos principais apoiadores do governo de Euclério em Cariacica, tanto que fez a sua atual vice-prefeita, Shymenne de Castro.
Mas Índio não ficou desabrigado politicamente. O dirigente do PSB logo foi reacomodado no governo Casagrande. Nesta terça-feira (11), o Diário Oficial do Estado publicou sua nomeação para o cargo comissionado de assessor especial da Casa Civil. Chefiada por Junior Abreu (PDT), a Casa Civil cuida da articulação política do governo.
Índio era secretário de Relações Institucionais de Cariacica desde fevereiro de 2023. No ano passado, ele chegou a tentar emplacar o próprio nome como candidato a vice-prefeito de Euclério. O prefeito, no entanto, preferiu escalar Shymenne – que era sua secretária de Governo e Recursos Humanos e entrou no PSB para cumprir essa missão.
À coluna, o dirigente municipal do PSB relatou que foi informado da decisão de Euclério na tarde de sexta-feira (8), pessoalmente, pela vice-prefeita, e que foi pego de surpresa. “Shymenne me disse que Euclério me agradecia por tudo, mas que precisava do cargo.”
No mesmo dia, ele entrou em contato com Casagrande, o deputado federal Paulo Foletto (também do PSB) e o presidente estadual do partido, Alberto Gavini. Três dias depois, estava nomeado.
Como assessor da Casa Civil, Índio espera cuidar da articulação do governo Casagrande com vereadores e movimentos sociais da Grande Vitória.
Mas ele não ficou satisfeito com a exoneração:
“O Euclério precisou do cargo para atender ao projeto dele. Agora ele é o presidente estadual do União Brasil e vai montar o partido dele. Acho que foi por isso e respeito a decisão. A Shymenne não me informou os motivos, mas aceitei, é claro, fazer o quê? Não posso obrigar o Euclério a fazer o que penso. Ela me disse que minha origem era o Governo do Estado e que eu não ficaria desabrigado. Então agora vou voltar às minhas origens. Nós temos um projeto: Casagrande senador e Ricardo Ferraço governador. Vamos dar prosseguimento a esse projeto”.
A explicação de Euclério
O prefeito Euclério Sampaio explicou à coluna que a saída de Índio foi combinada por ele com Casagrande e que passou por uma necessidade de equilibrar os espaços no seu governo entre os vários partidos aliados. Como já mencionado, o PSB tem a vice-prefeita. Desde o ano passado, também tem o secretário extraordinário de Relações Comunitárias, Marcos Bruno.
Em janeiro, o partido emplacou outros dois quadros na administração de Euclério. Como informamos aqui, os ex-vereadores Amarildo Araújo e André Lopes, não reeleitos em 2024, foram nomeados, respectivamente, para os cargos de assessor executivo de Manutenção de Regional 2 e assessor executivo de Manutenção de Regional 3.
Com salário de R$ 15 mil, os dois cargos foram criados no dia 7 de janeiro.
“Foi um acordo meu e do Renato [Casagrande]. Eu precisava abraçar mais pessoas do PSB. Acabei de abraçar dois quadros do partido, o Amarildo e o André Lopes”, explicou o prefeito, sobre a substituição de Índio.
Quanto à escolha de Raphinha para o lugar de Índio, Euclério confirma a relação pessoal e a forte ligação política pregressa dele com Juninho, mas afirma que a indicação não teve nada a ver com o ex-prefeito.
“Não foi Juninho que o indicou. Fui eu que escolhi. Ele é bom no que eu preciso que ele faça: relação com a comunidade. É o trabalho dele. Ele já fazia isso no governo do Juninho. E ele era bom. É o melhor que eu já vi. Preciso de uma pessoa técnica para esse cargo”, diz Euclério.
Segundo o prefeito, Raphinha não chega à sua equipe para ajudá-lo a organizar o União Brasil, partido que ele passará a presidir no Espírito Santo. “São coisas diferentes.”
Perda financeira
Como assessor especial da Casa Civil, o presidente do PSB em Cariacica ganhará R$ 6.912,88. Como secretário de Relações Políticas de Cariacica, ele ganhava R$ 23 mil, de acordo com o Portal da Transparência da prefeitura.
De volta ao batente
Após passar por uma cirurgia, Euclério estava despachando de casa e, nesta semana, volta a dar expediente pessoalmente na Prefeitura de Cariacica.
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