Como ficou o Mapa Geopolítico do ES após a temporada de filiações? Veja aqui

Pela legislação eleitoral vigente (bastante discutível, por sinal), prefeitos não precisam permanecer no partido pelo qual se elegeram. Podem trocar de sigla a qualquer momento, durante o exercício do mandato, sem correr o risco de o perder por infidelidade partidária.

Ocorre que, no último dia 6, tivemos um marco muito importante no calendário eleitoral deste ano: até essa data, todos os cidadãos que pretendem disputar algum cargo na eleição municipal de outubro, incluindo os prefeitos que pretendem disputar a reeleição, tiveram de estar filiados ao partido pelos quais concorrerão. Desde essa data, quem trocar de sigla se inabilita.

Daí decorre que, nas semanas que antecederam esse marco decisivo, muitos prefeitos em fim de primeiro mandato decidiram trocar de legenda, assediados por dirigentes partidários e buscando melhores condições para enfrentarem a campanha à reeleição. Foi a “temporada da trocação”. A movimentação foi intensa, resultando em uma reconfiguração do mapa do poder no Espírito Santo. Algumas siglas perderam prefeitos, enquanto outras agora governam um número maior de cidades.

Fechada a porteira, assentada a poeira e encerrada a temporada do troca-troca, como ficou a nova correlação de forças no Espírito Santo? Para responder a esta pergunta, fizemos, na última semana, um inédito levantamento, cujas conclusões apresentamos abaixo, incluindo a lista dos partidos que agora governam 77 dos 78 municípios capixabas e o ranqueamento das agremiações que agora administram mais cidades. Assim, o leitor pode conhecer o novo “mapa geopolítico”, ou “político-partidário”, do Espírito Santo.

Nesse ranking do poder municipal, destaca-se o partido do governador Renato Casagrande. Hoje, o PSB tem nada menos que 21 prefeitos com mandato, dos quais 12 irão para a reeleição. A sigla tem, sozinha, mais de ¼ dos atuais prefeitos do Espírito Santo.

Percebe-se também uma significativa concentração das filiações em uma penca de forças partidárias. Duas agremiações, sozinhas, concentram quase a metade dos atuais prefeitos. Três partidos sozinhos abrigam mais da metade dos 78 governantes municipais. E apenas cinco agremiações respondem pela filiação de 80% deles.

Atrás do PSB, o PP é o segundo colocado, com 14 dos atuais prefeitos (sendo que sete vão para a reeleição). A sigla comandada por Josias da Vitória no Estado pôs em prática uma agressiva estratégia de filiações nos últimos meses. Somadas, essas duas legendas agora governam 35 cidades, ou 45% dos municípios capixabas.

Agora à frente de 11 municípios, o MDB é o terceiro colocado. Somados, o PSB, o PP e o partido presidido no Estado pelo vice-governador Ricardo Ferraço possuem 60% dos atuais prefeitos. Significa que, de cada cinco alcaides, três estão filiados a um desses três partidos.

“Chegando para a brincadeira”, o Podemos de Gilson Daniel, em franca expansão no Estado, é agora a morada de nove prefeitos, e todos buscarão a reeleição. Em pequena contração, o Republicanos de Erick Musso ainda tem tamanho considerável, com sete dos atuais prefeitos (sendo seis pré-candidatos à reeleição).

Essas cinco siglas, somadas, agora abrigam 62 dos 78 prefeitos com mandato no Estado, o equivalente a 79%. Arredondando-se as contas, podemos dizer que hoje, de cada cinco prefeitos em território capixaba, quatro se encontram em uma destas cinco siglas: PSB, PP, MDB, Podemos ou Republicanos.

A conclusão inevitável é a seguinte: o Brasil ainda tem um número descomunal de siglas partidárias (beirando 30), mas na prática, no Espírito Santo, tomando por critério a ocupação do poder nos municípios, o que se observa atualmente é uma concentração de poder em um número bem reduzido de partidos, os quais dá para contar, literalmente, nos dedos de uma mão.

Veja abaixo a relação completa e atualizada, partido por partido, cidade por cidade, abrangendo todo o novo mapa geopolítico do Espírito Santo. Marcados em negrito, estão os prefeitos que, segundo eles mesmos ou os respectivos dirigentes partidários, tentarão renovar o mandato no próximo pleito municipal – ao todo, 49 dos 78 estão nessa condição.

PSB: 21 prefeitos (12 vão para a reeleição)

1) Água Doce do Norte – Abraão Lincon

2) Alfredo Chaves – Fernando Lafayete

3) Anchieta – Fabrício Petri

4) Barra de São Francisco – Enivaldo dos Anjos

5) Bom Jesus do Norte – Toninho Gualhano

6) Cachoeiro de Itapemirim – Victor Coelho

7) Divino de São Lourenço – Eleardo Brasil

8) Fundão – Gil

9) Itarana – Vander Enfermeiro

10) Marataízes – Tininho Batista

11) Marechal Floriano – Cacau Lorenzoni

12) Marilândia – Gutim

13) Montanha – André Sampaio

14) Muniz Freire – Dito

15) Muqui – Cacalo

16) Ponto Belo – Jaiminho

17) Presidente Kennedy – Dorlei Fontão

18) Santa Maria de Jetibá – Hilário Roepke

19) São José do Calçado – Cuíca

20) Sooretama – Alessandro Broedel

21) Vila Pavão – Bolinha

PP: 14 prefeitos (7 vão para a reeleição)

1) Afonso Cláudio – Luciano Pimenta

2) Águia Branca – Jailson Quiuqui

3) Alegre – Nirrô Emerick

4) Apiacá – Fabrício do Posto

5) Aracruz – Dr. Coutinho

6) Domingos Martins – Wanzete Kruger

7) Dores do Rio Preto – Ninho

8) Ecoporanga – Elias Dal Col

9) Governador Lindenberg – Léo Finco

10) Ibiraçu – Diego Krentz

11) Itaguaçu – Uesley Corteletti

12) Pancas – Dr. Sidiclei

13) Vila Valério – Davi Ramos

14) Venda Nova do Imigrante – Paulinho Minetti

MDB: 11 prefeitos (7 vão para a reeleição)

1) Alto Rio Novo – Borel

2) Baixo Guandu – Lastenio Cardoso

3) Cariacica – Euclério Sampaio

4) Colatina – Guerino Balestrassi

5) Ibatiba – Luciano Pingo

6) Irupi – Edmilson Meireles

7) Laranja da Terra – Josafá Storch

8) Mucurici – Atanael

9) Rio Bananal – Edimilson

10) São Domingos do Norte – Ana

11) Vargem Alta – Elieser

Podemos: 9 prefeitos (todos vão para a reeleição)

1) Boa Esperança – Fernanda Milanese

2) Conceição da Barra – Mateusinho

3) Guaçuí – Marcos Jauhar

4) Iúna – Romário Vieira

5) Nova Venécia – André Fagundes

6) Rio Novo do Sul – Nei Castelari

7) Santa Leopoldina – Romero Endringer

8) Viana – Wanderson Bueno

9) Vila Velha – Arnaldinho Borgo

Republicanos: 7 prefeitos (6 vão para a reeleição)

1) Castelo – João Paulo Nali

2) Iconha – Gedson

3) João Neiva – Micula

4) Linhares – Bruno Marianelli

5) Mimoso do Sul – Peter Costa

6) Pedro Canário – Bruno Araújo

7) Vitória – Lorenzo Pazolini

PSDB: 4 prefeitos (3 vão para a reeleição)

1) Ibitirama – Ailton Vein

2) Mantenópolis – Hermínio Hespanhol

3) Santa Teresa – Kleber Medici

4) São Roque do Canaã – Marcos Guerra

PDT: 3 prefeitos (1 vai para a reeleição)

1) Atílio Vivácqua – Josemar Basto

2) Brejetuba – Levi da Mercedinha

3) Serra – Sérgio Vidigal

União Brasil: 3 prefeitos (2 vão para a reeleição)

1) Guarapari – Edson Magalhães

2) Itapemirim – Dr. Antônio

3) Jaguaré – Marcos Guerra

Cidadania: 3 prefeitos (1 vai para a reeleição)

1) Conceição do Castelo – Christiano Spadetto

2) Pinheiros – Arnóbio Pinheiro

3) Piúma – Paulo Cola

PL: 1 prefeito (vai para a reeleição)

1) São Gabriel da Palha – Tiago Rocha

PSD: 1 prefeito (não vai para a reeleição)

1) Jerônimo Monteiro – Sérgio Fonseca

Obs: A coluna não conseguiu confirmar a atual situação partidária do prefeito de São Mateus, Daniel da Açaí, que encerra o segundo mandato seguido e não pode disputar a reeleição. O nome de Daniel não constou da relação enviada por nenhum dirigente partidário. O prefeito não respondeu às nossas reiteradas tentativas de contato desde a última quinta-feira (18), por telefone e aplicativo de mensagens.

---

Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui