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Coluna André Andrès

Vinhos: começa a destruição de videiras em Bordeaux. Saiba o motivo

O esquema propõe auxílios de 6 mil euros para cada hectare de vinha removido, com um orçamento completo de 57 milhões de euros

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Vinhedo em Bordeaux

Vinhedo em Bordeaux: proprietários receberão estímulo para destruir parte da plantação. Foto: Divulgação

A remoção de 9% das vinhas de Bordeaux foi iniciada nesta segunda-feira, 5, com a ratificação do pacto pelo ministro da Agricultura da França, Marc Freneau, e diversos líderes das vinícolas locais.

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O esquema envolve a remoção de 9,5 mil hectares de vinhas sob a denominação Bordeaux, correspondendo a quase 9% dos 110 mil hectares registrados sob essa denominação, devido à crise instigada pelo declínio das vendas e pelo crescimento da produção.

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O esquema propõe auxílios de 6 mil euros para cada hectare de vinha removido, com um orçamento completo de 57 milhões de euros que serão providos pelo governo francês, pelo Conselho Interprofissional de Vinho de Bordeaux (CIVB) e pela região da Nova Aquitânia.

A remoção será principalmente direcionada para as vinhas negligenciadas por falta de lucratividade ou aquelas que correm o risco de se tornarem assim, devido à dificuldade dos seus donos em lidar, “material e financeiramente, com o trabalho em suas vinhas”, esclareceu o Ministério da Agricultura.

“O propósito é começar a implementar o plano após a colheita, em outubro”, disse Freneau em uma declaração à rede de emissoras regionais France Bleu.

O Ministro salientou que as remoções de vinhas são agora vistas como “sanitárias”, já que buscam evitar a disseminação de doenças. Se as vinhas forem descuidadas, toda a produção de Bordeaux “estaria sujeita a uma situação fitossanitária incontrolável”, advertiu o ministério.

Porém, os viticultores estimam que cerca de 40 mil hectares de Bordeaux são cultivados com prejuízo atualmente.

O presidente do Comitê Nacional Interprofissional do Vinho (CNIV), Bernard Farges, admitiu ao France Info que “é urgente diminuir parte da área de vinhas” e lembrou que houve “uma queda drástica no consumo de vinho tinto na França” nos últimos anos, em torno de 30%.

Isso é agravado pela diminuição das exportações, inicialmente devido à pandemia em 2020 e 2021, que ainda não conseguiu se recuperar completamente, bem como pela queda nas vendas para a China devido a acordos comerciais no país que favorecem outros fornecedores.


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

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