fbpx

Coluna André Andrès

Cinco dicas valiosas para o momento de comprar um vinho

Até mesmo para quem tem muita ‘litragem’, o momento de escolher um vinho sempre provoca dúvidas. Aqui estão alguma sugestões para ajudar na hora da compra

Publicado

em

Depois da explosão de vendas ocorrida durante o período da pandemia, o consumo de vinhos recuou neste ano, embora ainda seja cedo para termos uma ideia mais concreta sobre os dados finais de 2023. De qualquer forma, o patamar do mercado brasileiro subiu. E talvez o melhor sinal disso esteja ao nosso lado, com um número cada vez maior de pessoas girando suas taças, e fazendo observações sobre sabores e notas aromáticas exaladas pelos brancos e tintos. No entanto, mesmo para quem já tem anos de ‘litragem’, sempre surgem dúvidas diante de várias gôndolas e prateleiras cheias de rótulos das mais variadas procedências. Por isso, reunimos aqui algumas sugestões e pequenos segredos para não ficar perdido, sem saber exatamente qual deles levar. Vamos lá?

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Quer continuar sendo brindado com notícia sobre o mundo do vinho? Entre para a comunidade de André Andrès.

Quer pagar quanto? – Não tenha vergonha de dizer para um vendedor, um atendente, e, principalmente, para você mesmo, quanto está disposto a gastar. É uma referência fundamental. Pode haver uma pequena margem de manobra (alguns reais a mais), mas tente não sair do limite. Há sempre um vinho de qualidade superior ao valor gasto com ele. E a diferença de preço nem sempre é uma garantia de diferença de categoria. Para ser mais claro: um vinho de R$ 120 nem sempre tem o dobro da qualidade de um vinho de R$ 60. Considere sempre isso.

Muita calma nessa hora – Você pode chegar ao ponto de venda, nem olhar para os rótulos e levar o de sempre. É um acerto e um erro. Um acerto porque você estará levando algo no qual confia. Um erro porque o bom mesmo é descobrir novos sabores, novos produtores. Então, reserve um tempo para olhar as prateleiras, pesquisar preços e também verificar se os vinhos estão bem guardados. Não precisa ficar horas à frente das gôndolas. Apenas o tempo suficiente para ter a certeza de não desperdiçar seu dinheiro.

O tempo não para – Vinho antigo é vinho bom, certo? Nem sempre. Ainda teremos uma coluna só sobre esse tema. Grandes vinhos tintos têm realmente a capacidade de envelhecer muito bem. Em muitos casos, como os bons tintos espanhóis e aqueles produzidos na região do Dão, em Portugal, eles precisam, necessitam de mais tempo para amadurecer. Um número menor de vinhos brancos também melhora com a passagem dos anos. E há quem arrisque a guardar até vinho reservado para ver sua evolução após um bom período. Nesses casos todos, é preciso ter um conhecimento um pouquinho mais avançado sobre o assunto. Se não tiver certeza absoluta sobre qual a capacidade de envelhecimento do vinho, é melhor não arriscar. Leve brancos de safras recentes, no máximo três ou quatro anos. No caso dos tintos, esse período pode ser maior, subindo para cinco ou seis anos.

Para qual país eu vou? – A escolha do país tem muita relação com o valor a ser gasto. É difícil encontrar , por exemplo, um bom vinho francês por menos de R$ 100. Algo mais ou menos parecido acontece com os italianos. Mas aqui vai um pequeno resumo dos principais países produtores daqueles vinhos consumidos hoje no Brasil.
. Brasil. Praticamente imbatível nos espumantes. Tem melhorado muito a qualidade dos brancos e tintos. Único problema é o preço, quase sempre acima dos similares importados.
. Chile. Domina o mercado de importação há anos. Oferece qualidade, variedade e bom preço. Tem buscado aumentar suas ofertas usando castas menos conhecidas, como Carignan e País.


. Portugal.
Trava uma boa briga com a Argentina pelo segundo lugar entre os estrangeiros consumidos no país. Dos vinhos vindos da Europa é o país com os preços mais acessíveis, além da ótima oferta.
. Argentina. Paga o preço de não dar ao mercado brasileiro a atenção devida. Tem ótimas opções, poderia estar na briga pela liderança desse mercado. Muitos de seus melhores rótulos não chegam aqui. Uma pena.
. Espanha. Tem vinhos excelentes, mas a variedade e a quantidade ofertada é pequena. Seus tintos envelhecem bem, principalmente se for um Reserva ou Gran Reserva. São mais caros, mas valem a pena.
. Itália. É preciso entender um pouco sobre as regiões e uvas italianas. De lá saem alguns dos melhores vinhos do planeta. Mas também saem coisas ruins. Por isso cuidado com os rótulos muito baratos.
. França. Cenário bem parecido com o da Itália. Os bons vinhos franceses são saborosos, elegantes e marcantes. Mas é muito difícil achar algo de qualidade por um valor mais acessível. Se tiver um dinheirinho extra, vale todo o investimento.
. Austrália. Produtor de brancos excelentes e também de tintos muito bons, principalmente os feitos com a uva Syrah. Tem pouca variedade no mercado brasileiro, mas os rótulos disponíveis são bem confiáveis.

As pegadinhas borbulhantes – Os espumantes formam um mundo à parte. Inicialmente, é bom lembrar: eles ganham nomes diferentes conforme o lugar de produção. Em Champagne, se chamam… champagne. Na Borgonha, também na França, se chamam crémant. Na Espanha, cava. Na Itália, prosecco. E todos eles são espumantes, como são conhecidos no Brasil. Não para por aí. Conforme a graduação de açúcar presente em sua composição, ele varia de nature a demi-sec. Isso é importante. Ou você pode levar para casa um espumante adocicado, mais usado para a sobremesa, e servi-lo para acompanhar um bom prato de lombo de porco. Não vai dar certo. Abaixo, as variações dos espumantes:


. Nature:
Sem adição de licor de expedição. Ou seja, contém só o açúcar natural da fruta (daí seu nome), abaixo de 3 gramas por litro.
. Brut: Espumante seco, o mais comum deles. Teor de açúcar abaixo de 15 gramas/litro.
. Extra-sec: A nomenclatura engana. Parece ser uma bebida “extra-seca”, mas é o contrário. Teor de açúcar entre 15 e 20 gramas/litro.
. Sec: O açúcar sobe. E chega a ter de 20 a 35 gramas/litro.
. Demi-sec: Bastante adocidada, com volume de 35 a 50 gramas de açúcar por litro.
. Doce: O nome já diz tudo. Um pouco mais difícil de encontrar. Teor de açúcar superior a 50 gramas/litro.

Há mais detalhes a serem observados? Sim, certamente. O bom do mundo do vinho é justamente o fato de ele estar ali para ser constantemente descoberto. Esses são passos básicos. Numa outra coluna deveremos tratar de mais alguns deles. Estes, no entanto, já ajudam bastante a caminhar nesse universo em constante expansão…


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui

André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.