Coluna André Andrès
Condomínio de luxo vai juntar vinho e arte na Pedra Azul
O Vive Le Vin, empreendimento da Invite, será erguido no coração do Circuito dos Orgânicos, a poucos minutos do centro da Pedra Azul
Quem conhece a história do vinho no Espírito Santo sabe: ela ganhou um capítulo definitivo a partir das reuniões ocorridas na Pedra Azul há pouco mais de 20 anos. Então comandado por Roberto Serpa, o Encontro Internacional do Vinho tornou-se uma referência para o estado e o país. Ali o Espírito Santo começou efetivamente a se destacar como consumidor de tintos e brancos de qualidade. E ali vai nascer o primeiro empreendimento imobiliário do estado inspirado e voltado para o vinho. Como a bebida de Baco anda de mãos dadas com a cultura, o condomínio será também marcado pela forte presença de arte e poesia.
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O Vive Le Vin será erguido no coração do Circuito dos Orgânicos, a 15 minutos do centro da Pedra Azul. O empreendimento é da Invite Inc., empresa dirigida por Cecília Zon. O conceito do condomínio, desenvolvido por Bruna e Paula Rody, da Inspira, é baseado na conexão entre o vinho e a arte, unindo duas das principais tendências atuais: o localismo e a criatividade.
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Neste caso, o elemento local está relacionado ao fato de o Espírito Santo ser um dos estados com maior consumo per capita de vinhos do país, além da já citada ligação da Pedra Azul com os rótulos de qualidade. No empreendimento, isso se traduz em espaços para degustação, ambientes para reunião de confrarias, restaurante etc.
A criatividade surge nas manifestações artísticas trazidas pelo projeto: arquitetura, pintura, escultura, literatura (com a presença de uma biblioteca) etc. Painéis de Ana Paula Castro vão se espalhar pelo condomínio. Eles foram inspirados no movimento do vinho ao ser servido na taça. As obras de Romilda Patez e de Samira Pavesi fazem parte tanto do projeto de interiores quanto de toda a comunicação e marketing do empreendimento.
Os encontros da Pedra Azul
A escolha do local para o surgimento do Vive Le Vin acaba recuperando parte da história do vinho no estado. Os encontros internacionais realizados na Pedra Azul tornaram-se quase lendários, por conta do altíssimo nível das degustações. Era possível, por exemplo, participar de uma vertical de Vega Sicília, das safras 60, 75, 79, 81 e 85. Ou tentar descobrir onde estava o Barca Velha numa prova às cegas onde foram servidos Mouchão 79, Pera Manca 95, Ferreirinha Reserva Especial 92, Quinta da Gaivosa 97 e Fojo 96, além, óbvio, de um Barca Velha safra 82. Isso sem contar as grandes degustações paralelas, de Cheval Blanc, Opus One e por aí afora.
Há quatro anos, Jorge Lucki, o maior crítico de vinhos do país, publicou uma coluna cheia de citações e lembranças sobre essas reuniões. Conclui o texto afirmando: “A saudade bate mesmo quando lembro do ambiente que imperava nos eventos”. O Vive Le Vin busca reviver grande parte desse ambiente. Só não consegue recuperá-lo totalmente porque, para isso, seria necessário trazer de volta as provas históricas ocorridas nos encontros, definidas por Lucki como impossíveis de serem repetidas. No entanto, as futuras degustações também poderão ser memoráveis. Mesmo porque o vinho pode ser marcante não só pela origem, safra ou produtor, mas por conta do momento, do local e das pessoas com quem ele será dividido.
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