Vacina contra herpes-zoster já está disponível no ES a partir de R$ 790 a dose

Vacina contra a covid-19. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma nova vacina para prevenir contra a herpes-zóster, popularmente conhecida como cobreiro, já está disponível em clínicas de vacinação da Grande Vitória. Com mais de 90% de eficácia, o imunizante lançado neste mês está sendo comercializado a partir de R$ 790 a dose, sendo duas doses necessárias em intervalo máximo de dois meses para completar o ciclo vacinal, totalizando R$ 1.580. A vacina não é fornecida pelo SUS.

O herpes-zóster é uma doença que acomete uma a cada três pessoas ao longo da vida. Na prática, qualquer indivíduo que teve catapora ou contato com o seu causador, o vírus varicela zóster, pode em algum momento ter herpes zóster. Mas como o tempo de incubação é longo, mais de 60% dos casos ocorrem após os 50 anos, por isso a indicação da vacina é para pessoas a partir desta faixa etária para proteger contra o vírus.

Na Grande Vitória, a dose a R$ 790 está sendo comercializada na Clínica de Vacinação Biovacines, que fica no Bairro República. A nova vacina tem o nome de Shingrix e é do laboratório GSK – Glaxo Smith Kline. E também já está sendo oferecida em todas as unidades do SIS Vacinas, por R$ 850 a dose (promoção até o final de julho). E também há doses disponíveis nas unidades do CVP – Centro de Vacinação da Praia, cada dose por R$ 890.

Riscos da doença

A doença provoca dor intensa, que muitas vezes impossibilita movimentos como vestir uma peça de roupa, deitar na cama ou até mesmo se mexer. Denominada neuralgia, essa dor pode durar de três semanas a seis meses dependendo do paciente, e exige prescrição de remédios potentes para ser atenuada. A enfermidade provoca lesões avermelhadas num único lado do corpo e pode atingir diferentes locais, como perna, coxa ou cabeça.

Além de incômodo, dor e lesões na pele, o herpes zoster, pode causar graves sequelas. Se não tratada de forma rápida, a doença pode desencadear complicações sérias, afetar terminações nervosas nos olhos, no ouvido, na face, causando paralisia, perda auditiva e visual. No Brasil, o tema se torna ainda mais relevante, dado o aumento de 35,4% nos casos notificados da doença, observado durante a pandemia da covid-19.

“A pessoa teve catapora ou varicela, não interessa quando, mas em geral na infância, e depois de passar o quadro clínico, o vírus varicela-zoster fica como se tivesse adormecido em uma terminação nervosa. Em algum momento, em geral, nos idosos, o zoster se manifesta. E quando isso acontece, ele costuma pegar uma terminação nervosa toda”, afirma Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).

A Shingrix tem mais de 90% de eficácia em pessoas a partir de 50 anos, idade em que o vírus começa a atacar com mais frequência. Na faixa etária de 50 a 69 anos de idade, a eficácia chega a 97%. É a primeira vacina contra o herpes zoster que pode ser usada em indivíduos imunocomprometidos, que têm o sistema imunológico enfraquecido e têm mais possibilidade de desenvolverem a doença.

No caso da Zostavax, vacina da geração anterior, da farmacêutica MSD, que tinha eficácia menor, este tipo de uso também não era permitido. “Era uma vacina atenuada com eficácia interessante, mas que ia caindo conforme o avanço da idade da pessoa. Licenciada a partir dos 50 anos pela Anvisa, a duração de proteção também não era tão prolongada”, explica Juarez.

O sócio da Biovacines, Rodrigo Ruschi, acompanha os dados da baixa vacinal e aumento de doenças, lançou recentemente planos de pacote de vacinação, onde também buscou atender com valores diferenciados: “ Temos a consciência que a população não busca se prevenir de doenças, e com valores altos, fica mais difícil ainda. Não temos como reduzir mais o valor, mas buscamos colocar o melhor valor do mercado do Espírito Santo, sem perdemos a qualidade em nosso serviço”, destaca.