Bem-estar
Saiba como a dengue afeta o seu cérebro
Entre 1% e 5% dos pacientes contaminados podem desenvolver doenças neurológicas. Especialista fala sobre o assunto
O Brasil ultrapassou os 4,2 milhões de casos de dengue previstos pelo Ministério da Saúde para todo o ano de 2024. Esse número configura o maior surto de dengue no país nos últimos 24 anos. Em comparação, o Brasil registrou 1.658.816 casos da doença em 2023. No total, nove estados e o Distrito Federal decretaram situação de emergência. Entre esses estados está Santa Catarina, que possui mais de 210 mil casos prováveis desde o início do ano.
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Os sintomas mais comuns da dengue são febre alta, manchas vermelhas no corpo, dor nas articulações e atrás dos olhos. Em casos mais graves, podem ocorrer lesões no fígado e hemorragias e hemorragia cerebral. A dengue também pode provocar riscos neurológicos nos infectados. De acordo com pesquisa publicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre 1% e 5% dos pacientes contaminados podem desenvolver doenças neurológicas, como Encefalite, Mielite, Neuropatia, Meningite e Guillain-Barré. O estudo foi publicado na revista Neurology, como um dos destaques da edição.
A neurocirurgiã Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), explica como essas doenças neurológicas afetam os pacientes infectados pela dengue. “A Encefalite é uma infecção no sistema nervoso central que provoca inflamação do cérebro. Já a Mielite é uma inflamação focal que, em geral, atravessa os dois lados da medula espinhal, uma das estruturas que compõem o sistema nervoso central. É preciso ficar atento também à Neuropatia, que afeta os nervos periféricos do corpo e causa danos em áreas como mãos, pés, pernas e braços, causando perda de sensibilidade e atrofia muscular nesses locais. Outras doenças, como a Meningite, inflamação das meninges, e a Guillain-Barré, que é o ataque do próprio sistema imunológico do corpo ao sistema nervoso, também podem ocorrer em pessoas infectadas pela dengue”, revela.
Essas patologias neurológicas apresentam maior risco aos pacientes contaminados pelos sorotipos 2 e 3. “Vale ressaltar que existem os sorotipos de dengue 1, 2, 3 e 4. Os problemas que afetam o sistema nervoso aparecem, principalmente, nos casos de reinfecção da dengue. Além disso, essas doenças também podem se manifestar em pessoas que já foram contaminadas pela Zika, Chikungunya e Febre Amarela”, conta a neurocirurgiã.
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