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Bem-estar

‘Pulmão de pipoca’: entenda a doença causada pelo uso de vape

Doença não tem cura e o tratamento se limita ao controle dos sintomas e, em casos críticos, ao transplante

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Bronquiolite obliterante é chamada de pulmão de pipoca. Foto: Freepik

Bronquiolite obliterante é chamada de pulmão de pipoca. Foto: Freepik

O nome parece inofensivo, mas o risco é grave. O chamado “pulmão de pipoca” é uma doença pulmonar rara, progressiva e sem cura. Recentemente, ela voltou a ser associada ao uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes.

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O termo popular se refere à bronquiolite obliterante, uma condição que destrói os bronquíolos — as menores vias respiratórias dos pulmões. Como consequência, o paciente sofre inflamações, cicatrizes e obstruções severas. Em casos extremos, a única solução é o transplante de pulmão.

Sintomas do pulmão de pipoca

Os sinais da doença aparecem de forma gradual e podem ser confundidos com outros problemas respiratórios. Os principais são:

  • Tosse seca e constante;
  • Chiado no peito;
  • Cansaço extremo, mesmo com pouco esforço;
  • Falta de ar progressiva.

Sem tratamento adequado, a condição evolui para insuficiência respiratória. Isso significa que o pulmão perde a capacidade de enviar oxigênio suficiente ao corpo.

Quem está mais vulnerável

Apesar de ser uma doença rara, alguns grupos estão mais propensos a desenvolver o pulmão de pipoca. Entre eles estão:

  • Usuários de cigarros eletrônicos ou vaporizadores;
  • Trabalhadores expostos a produtos químicos nocivos;
  • Pessoas com doenças autoimunes, como artrite reumatoide;
  • Pacientes que passaram por transplante de pulmão.

Como o vape agride os pulmões

Quando um alimento é ingerido, os compostos químicos são filtrados pelo fígado antes de chegar ao sangue. No entanto, ao serem inalados, esses elementos vão direto para os pulmões e, rapidamente, para a corrente sanguínea, afetando também órgãos como coração e cérebro.

O maior problema está no aquecimento desses líquidos. Durante esse processo, os compostos se transformam em outros elementos, muitos sem qualquer teste de segurança para inalação.

Além do diacetil, outras substâncias presentes nos cigarros eletrônicos são igualmente perigosas. Formaldeído, acetaldeído e até derivados da vitamina E foram relacionados a casos graves de doenças pulmonares, incluindo o surto de EVALI, registrado nos Estados Unidos em 2019.

Alerta dos especialistas

Embora alguns fabricantes tenham retirado o diacetil de seus produtos, estudos apontam que outros aromatizantes usados como substitutos também são tóxicos. Além disso, a combinação de diferentes compostos eleva ainda mais os riscos.

Pesquisas recentes revelam que adolescentes que utilizam vape relatam mais sintomas respiratórios. E quanto maior a frequência de uso, mais severos os problemas. Por isso, médicos reforçam: a prevenção é o único caminho. Não existe cura para o pulmão de pipoca. O tratamento se limita ao controle dos sintomas e, em casos críticos, ao transplante.

Origem do nome

O “pulmão de pipoca” surgiu no início dos anos 2000. Na época, trabalhadores de fábricas de pipoca de micro-ondas desenvolveram problemas respiratórios graves. O motivo: a exposição ao diacetil, um aromatizante com sabor de manteiga.

A mesma substância, aliás, é encontrada em diversos líquidos de vapes, principalmente os de sabores doces, como manga, chiclete e algodão-doce. Apesar de ser segura para ingestão, a inalação de diacetil provoca sérios danos aos pulmões.

*Com informações de Harvard Health.