Bem-estar
Por que casais com TDAH têm mais chances de se separar?
Dificuldades de foco, impulsividade e desorganização emocional afetam a construção da intimidade e geram desgaste na relação

Divórcio. Foto: FreePik
Conviver com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) pode ser desafiador, sobretudo quando se trata de uma relação amorosa. Estudos indicam que casais em que uma das pessoas tem TDAH têm o dobro de chances de se separar. Esquecimentos, impulsividade, mudanças de humor e dificuldade em manter diálogos profundos são alguns dos comportamentos que geram frustração, mágoa e desgaste emocional.
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A psicóloga e psicanalista Mariana Weigert de Azevedo explica que nem sempre a pessoa com TDAH percebe os impactos que causa no relacionamento. “Muitas vezes, o parceiro com TDAH não percebe o quanto desorganiza o vínculo. Já o outro se sente exausto, como se tivesse que ser o adulto da relação o tempo inteiro”, afirma.
Sintomas afetam a convivência amorosa
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o TDAH afeta cerca de 5% da população mundial. Embora seja mais comum o diagnóstico na infância, muitos adultos vivem com o transtorno sem saber. No contexto dos relacionamentos, ele se manifesta por meio da impulsividade verbal e emocional, da dificuldade em manter o foco e de atitudes que podem ser interpretadas como desinteresse ou frieza.
A instabilidade emocional também é um ponto de tensão. “O transtorno não afeta só a atenção. Ele também desorganiza a forma de sentir, de reagir e de se relacionar com o tempo interno. Isso interfere diretamente na escuta, no afeto e na construção da intimidade”, explica Mariana.
Tratamento pode melhorar a relação
Quando não tratado, o TDAH pode aprisionar o casal em ciclos repetitivos de brigas, afastamentos e culpa. Porém, há formas de transformar essa realidade. O tratamento adequado, que pode envolver acompanhamento psicológico e medicação, ajuda a reorganizar os vínculos e a melhorar a convivência.
“Quando o sujeito entende o que está por trás dos seus comportamentos, ele pode sair da culpa e entrar no cuidado. Isso muda tudo, inclusive dentro do amor”, conclui a psicóloga.
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