Bem-estar
Novos medicamentos para lúpus entram na cobertura dos planos
Nova decisão da ANS garante o acesso a tratamentos com belimumabe e anifrolumabe para beneficiários diagnosticados com lúpus eritematoso sistêmico

Medicamentos para lúpus. Foto: Freepik
O setor segurador brasileiro iniciou 2025 em ritmo de crescimento, mesmo diante de um cenário econômico desafiador. De acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o mercado movimentou R$ 188,8 bilhões em prêmios e contraprestações líquidas de saúde no primeiro trimestre, um avanço de 5,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
A partir de setembro de 2025, pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) passam a contar com uma nova garantia nos planos de saúde: a cobertura obrigatória dos medicamentos belimumabe e anifrolumabe, incluídos no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A decisão, aprovada em reunião da diretoria colegiada da ANS, representa um avanço significativo para pessoas que convivem com a doença, marcada por crises autoimunes e impacto direto na qualidade de vida. O lúpus atinge majoritariamente mulheres em idade fértil e exige tratamento contínuo e acompanhamento especializado.
“A ampliação do rol reforça o compromisso do setor com a atualização constante das coberturas. Estamos falando de medicamentos que podem reduzir internações, controlar surtos inflamatórios e evitar complicações graves a longo prazo”, afirma Leandro Giroldo, especialista em saúde suplementar e CEO da Lemmo Corretora.
O que muda na prática
Com a inclusão no rol, os planos de saúde são obrigados a custear os dois medicamentos para os pacientes que tenham prescrição médica e se enquadrem nos critérios estabelecidos pelas diretrizes da ANS. A medida vale para todos os contratos firmados a partir de 1999, quando a regulamentação passou a vigorar.
O belimumabe e o anifrolumabe são imunobiológicos utilizados como tratamento complementar nos casos em que a resposta aos medicamentos tradicionais é insuficiente. Ambos já estavam disponíveis na rede pública por meio do SUS, mas agora ganham espaço também no setor suplementar.
Segurança e previsibilidade para pacientes crônicos
A inclusão traz alívio para famílias que vinham arcando com os custos elevados dos medicamentos — que podiam ultrapassar R$ 10 mil mensais. Além disso, a medida reduz a judicialização do acesso, hoje comum entre pacientes que recorrem à Justiça para garantir o fornecimento via plano.
“Quando o tratamento deixa de ser exceção e passa a ser direito previsto em contrato, o paciente ganha previsibilidade, o médico ganha segurança e o sistema reduz disputas desnecessárias”, reforça Giroldo.
Atualização contínua: o desafio da saúde suplementar
O rol da ANS passou a ser dinâmico desde 2022, com revisões técnicas periódicas. Isso permite que novos procedimentos, exames e medicamentos sejam analisados com maior agilidade, conforme evidências científicas e impacto orçamentário.
Para o setor de seguros e planos de saúde, esse processo representa também um movimento estratégico: incorporar tecnologias eficazes pode reduzir custos assistenciais e melhorar os desfechos clínicos.
A atualização do rol com medicamentos para lúpus é um passo importante para alinhar a cobertura contratual com as necessidades reais dos pacientes. Mais do que seguir regras, trata-se de entender que a saúde suplementar também é um espaço de proteção contínua e acesso equitativo ao cuidado.
