Mounjaro: saiba quais são os efeitos colaterais do medicamento

Mounjaro se torcou um aliado no emagrecimento para algumas pessoas. Foto: Freepik

O Mounjaro, medicamento da farmacêutica Eli Lilly, é um medicamento indicado para controle glicêmico de adultos com diabetes mellitus tipo 2. No entanto, o uso rapidamente passou a ter outra função: auxiliar na perda de peso.

A substância ativa do remédio é a tirzepatida, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023. O composto é um agonista duplo que atua como os hormônios GLP-1 e GPI, estimulando a liberação de insulina e controlando o açúcar no sangue. Além disso, aumenta a sensação de saciedade e reduz o esvaziamento gástrico, o que tem levado ao uso para emagrecimento.

Porém, muita gente utiliza o medicamento como off-label, ou seja, fora da indicação da bula, e não presta atenção em quais são os possíveis efeitos colaterais além do emagrecimento.

Reações mais comuns do Mounjaro

A bula do medicamento lista efeitos colaterais que variam conforme a frequência. Os muito comuns, que atingem mais de 10% dos pacientes, incluem náusea, diarreia e hipoglicemia quando usado junto com insulina ou sulfonilureia.

Entre os efeitos comuns (1% a 10% dos pacientes), estão dor abdominal, vômito, indigestão, prisão de ventre, gases, refluxo, fadiga e redução do apetite. Também podem ocorrer reações no local da injeção e doenças agudas da vesícula biliar.

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Já os efeitos incomuns (0,1% a 1%) envolvem distúrbios gastrointestinais leves ou moderados e episódios de hipoglicemia em uso combinado com metformina. A bula ainda cita queda da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e elevação das enzimas pancreáticas.

A farmacêutica Eli Lilly também registrou efeitos raros, como reação anafilática (alergia grave) e angioedema, caracterizado por inchaço em regiões como olhos e boca.

Cuidados e contraindicações

O uso do Mounjaro exige atenção médica. A bula alerta que ainda não se sabe se o medicamento pode causar tumores de células C da tireoide. Além disso, ele não foi testado em pacientes com inflamação no pâncreas, doenças gastrointestinais graves ou retinopatia diabética avançada.

O risco de hipoglicemia aumenta quando o Mounjaro é usado junto a medicamentos que estimulam a liberação de insulina, como sulfonilureia, ou em associação à insulina. Também foram observadas urticária, eczema e doenças da vesícula biliar, como colelitíase e colecistite.

Para gestantes e lactantes, a recomendação é de cautela: o uso só deve ocorrer quando o benefício superar o risco para o bebê. A bula reforça que o Mounjaro não deve ser utilizado durante a gravidez sem orientação médica.

Outro ponto de atenção é o risco de perda de concentração. O remédio pode causar hipoglicemia em certas combinações, o que afeta a capacidade de dirigir ou operar máquinas.