Bem-estar
Fumantes tem até 15 vezes mais chances de ter câncer de boca
O Dia Nacional de Combate ao Fumo também faz um alerta para o impacto do tabagismo na saúde bucal
Conforme dados do Ministério da Saúde, o tabagismo, tanto ativo quanto passivo, está associado ao desenvolvimento de cerca de 50 doenças, incluindo patologias buco-dentais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que a fumaça do cigarro contém mais de 4,7 mil substâncias tóxicas. Para alertar sobre os impactos do fumo na saúde e a importância de abandonar esse hábito, o Dia Nacional de Combate ao Fumo é celebrado em 29 de agosto.
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Se todo o corpo é afetado pelo tabagismo, o que dizer da boca, que é a porta de entrada para as substâncias nocivas presentes no cigarro? A cirurgiã-dentista destaca que o tabaco e o álcool são algumas das principais causas do câncer de cavidade oral. “Antes de chegar aos pulmões, as substâncias químicas do cigarro, por exemplo, causam danos severos na estrutura da boca e garganta. Esse tipo de câncer pode afetar os lábios, gengivas, bochechas, céu da boca (palato), língua (especialmente as bordas) e a região sob a língua (assoalho da boca). É o quinto tipo de tumor mais comum entre os homens no Brasil”, explica.
Ela ressalta que, dependendo do tipo e da quantidade de tabaco consumido, os fumantes têm de quatro a quinze vezes mais chances de desenvolver câncer de boca em comparação aos não-fumantes.
A profissional também alerta que o uso dessas substâncias pode causar outras doenças bucais além do câncer. “As inflamações nas gengivas, conhecidas como doenças periodontais, são mais frequentes em fumantes. A nicotina e outros componentes do cigarro enfraquecem o sistema imunológico, tornando o indivíduo mais vulnerável às bactérias. No caso de implantes, o tabagismo dificulta a cicatrização das gengivas”, afirma.
Larissa observa que, além das mucosas, os dentes também sofrem com o tabagismo. Ela aponta o alcatrão, presente no cigarro, como um dos maiores inimigos do esmalte dental, causando a típica coloração amarelada dos dentes dos fumantes, além de halitose (mau hálito) e perda gradual do paladar.
Outra doença periodontal associada ao consumo excessivo de cigarros e à má higiene bucal é a gengivite ulcerativa necrosante aguda. Embora rara, essa condição costuma surgir em jovens, provocando úlceras, necrose, dor e sangramento das gengivas. A candidíase oral é outra patologia que se torna mais provável em fumantes.
A xerostomia, conhecida como boca seca, também está na lista dos “efeitos colaterais” do tabagismo, pois a fumaça do cigarro resseca a boca e inibe a produção de saliva.
Larissa Pavesi enfatiza que, embora seja um hábito difícil de abandonar, é crucial que as pessoas compreendam a necessidade de parar de fumar. “É claro que, para quem fuma há muitos anos, os efeitos do cigarro ainda permanecerão no organismo por um tempo. No entanto, quanto mais cedo essa pausa acontecer, melhor será para a qualidade de vida, o bem-estar e a saúde, incluindo melhorias no sistema imunológico e na saúde bucal”, conclui.
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