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Bem-estar

Dieta da tela: médico ensina a usar as redes sociais a favor da saúde

Referência nas redes sociais com mais de 1 milhão de seguidores, Rodrigo Schröder afirma que o celular não precisa ser um inimigo da produtividade e dá dicas para trocar excesso por intenção, cortar os lixos digitais e usar dopamina a favor da saúde, do treino e da concentração

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A dieta da tela propõe resgatar autonomia digital e transformar as telas em aliadas da saúde e do desempenho. Foto: Freepik

A dieta da tela propõe resgatar autonomia digital e transformar as telas em aliadas da saúde e do desempenho. Foto: Freepik

Você acorda e quando vai desligar o despertador, já aproveita para dar uma checada nas redes sociais. Enquanto escova os dentes ou faz tarefas básicas, rolar o feed segue ajudando o tempo a passar mais rápido e desbloquear a tela virou quase um reflexo automático. Mas o preço dessa checagem infinita do feed, segundo o médico e comunicador de saúde Rodrigo Schröder, é mais alto do que parece: energia desperdiçada, foco fragmentado e até queda de desempenho físico.

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Foi pensando nisso que ele apresentou o conceito de “dieta da tela” na última edição do Rio Innovation Week, um protocolo simples para transformar a relação com celular, computador e TV em algo que impulsiona, em vez de sugar.

Segundo Schröder, tela não é vilã, nem salvadora. É ferramenta. “A dopamina foi feita para te mover. Se você gasta esses picos em tela aleatória, na hora do treino, do estudo ou do consultório… a bateria já foi”, explica. Na prática, cada notificação, meme ou vídeo de 15 segundos dá uma descarga rápida de prazer, mas o cérebro entra em um ciclo de excitação e queda. O resultado é aquela sensação de cansaço antes mesmo de começar o que importa.

A situação fica ainda mais crítica quando se fala de treino. Schröder alerta que os 30 a 45 minutos que antecedem a atividade física são decisivos: brigas no WhatsApp, notícias negativas ou joguinhos consomem energia mental e fazem o corpo chegar mais pesado para o exercício. “Isso se traduz em pior aquecimento, mais preguiça e maior chance de desistir”, diz. A regra é clara: pré-treino sem redes. Se o celular for inevitável, que seja apenas para dar play na playlist ou ouvir um áudio curto de respiração.

Confira o “cardápio” da Dieta da Tela:

Em vez de contar minutos online como se fosse dieta de calorias, Schröder sugere organizar a relação com as telas de forma qualitativa. “Se você não educa o seu feed, o seu feed educa você. A boa notícia é que dá para virar esse jogo em uma semana”, afirma o médico.

  • Curadoria ativa: limpe o feed e mantenha só o que soma.
  • Do consumo à ação: a cada três momentos de assistir/ler, um momento de aplicar (anotar, praticar, criar).
  • Janelas de foco: dois blocos diários de 25 a 50 minutos sem notificações.
  • Desaceleração noturna: nada de rolagem antes de dormir; opte por conteúdo leve e calmante (natureza, música, documentários curtos), brilho baixo e modo noturno.
  • Pré-treino sem tela reativa: redes sociais? Só depois.

No fundo, a dieta da tela fala menos sobre tecnologia e mais sobre autonomia. Ao invés de ser levado pelo algoritmo, é você quem escolhe o que consumir, quando e com qual propósito. O resultado, segundo Schröder, aparece rápido: mais disposição no treino, mais presença no trabalho, mais clareza para estudar e até sono de melhor qualidade.

No fim das contas, a proposta não é abandonar celular, Netflix ou Instagram. É reaprender a usar tudo isso sem entregar sua energia de bandeja. Schröder não fala de cortar: fala de trocar excesso por intenção. Uma “dieta” que, ao contrário das de comida, promete menos culpa e mais presença.

 

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