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Bem-estar

De assaduras a brotoejas: como lidar com doenças de pele no calor

Assaduras, brotoejas, micoses, dermatites, queimaduras solares e até acne tropical estão entre os problemas de pele provocados pelo calor excessivo

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Mulher deitada sofrendo com calor. Foto: FreePik

Dermatologista explica como cuidar das doenças de pele causadas pelo calor. Foto: FreePik

O calor chegou antes mesmo do início oficial do verão, trazendo consigo problemas de pele que causam incômodo, coceira e lesões, muitas vezes difíceis de tratar. Assaduras, brotoejas, micoses, dermatites, queimaduras solares e até acne tropical estão entre os problemas mais comuns causados pelo calor excessivo.

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De acordo com a dermatologista Pauline Lyrio, titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), há um aumento significativo de pacientes com queixas relacionadas à alta temperatura nesta época do ano. Embora todos possam ser afetados, alguns grupos são mais vulneráveis.

“As crianças pequenas possuem uma imaturidade na regulação da temperatura corporal, o que as torna mais suscetíveis. Já os idosos têm a pele mais fina, frágil e ressecada, com uma barreira cutânea menos íntegra. Isso facilita o surgimento de lesões devido a patógenos ou condições do ambiente”, explica a especialista.

Pessoas com sobrepeso ou obesidade também estão mais propensas a desenvolver problemas de pele no calor. Segundo Pauline, as dobras da pele retêm mais calor e umidade, criando um ambiente ideal para a proliferação de fungos e micoses. Quem já tem histórico de dermatites, alergias ou trabalha exposto ao sol também precisa redobrar os cuidados nesse período.

A médica dermatologista Pauline Lyrio dá dica para lidar com as doenças de pele causadas pelo calor. Foto arquivo pessoal

A médica dermatologista Pauline Lyrio dá dica para lidar com as doenças de pele causadas pelo calor. Foto: arquivo pessoal

As crianças costumam sofrer bastante com a brotoeja, mas o problema também pode afetar adultos. “As brotoejas, conhecidas como miliária, resultam do entupimento das glândulas sudoríparas. Aparecem pequenos pontos esbranquiçados na pele, e algumas pessoas podem desenvolver uma vermelhidão ao redor desses pontos, caracterizando a miliária rubra. Esse tipo de miliária pode causar mais prurido, provocando coceira”, explica a médica.

Assaduras

Outro problema que afeta todas as idades são as assaduras. No caso das crianças pequenas, a dermatologista alerta os cuidadores sobre a importância de evitar o superaquecimento, especialmente nos bebês, usando roupas muito grossas. Tanto crianças quanto adultos devem optar por roupas feitas de tecidos mais frescos e leves. Para quem já está sofrendo com assaduras, a recomendação é manter a área sempre limpa e seca.

“É importante tomar banhos frequentes, mas sem exagero; usar sabonetes apenas nas áreas íntimas e nas regiões realmente sujas, para não remover excessivamente as camadas de proteção da pele; hidratar tanto internamente quanto externamente; beber bastante líquido; e usar hidratantes, porque, apesar do calor, mesmo quem tem a pele oleosa deve manter a hidratação, pois toda pele merece estar hidratada”, destaca a especialista.

Automedicação

A profissional alerta sobre o uso de medicação não orientada para tratar assaduras, prática comum, especialmente com bebês. “Muitas mães, desesperadas para resolver o problema, acabam utilizando pomadas com corticoide, antibiótico e antifúngico, que têm em casa. É sempre muito importante passar por uma avaliação médica para verificar a necessidade de antifúngico, antibiótico ou se basta manter o uso da pomada de barreira, como o óxido de zinco. O uso inadequado desses medicamentos pode agravar o problema, causando irritação na área”, explica a dermatologista.

Ela orienta ainda que as pessoas evitem recorrer a receitas caseiras, pois existem medicamentos de baixo custo e eficientes para tratar essas doenças de pele. No entanto, destaca a importância de consultar um dermatologista para a indicação do produto mais adequado para cada caso.

Uma medida eficaz para quem sofre com assaduras é a aplicação de talcos ou polvilhos antissépticos, ou até mesmo gel de bismuto. Esses produtos ajudam a absorver o excesso de umidade das dobrinhas. A recomendação é lavar bem a região, secá-la com uma toalha exclusiva para a área afetada e, em seguida, aplicar os cremes de barreira, como os de óxido de zinco ou dexpantenol.

Por fim, a profissional ressalta a importância do uso diário de filtro solar para evitar queimaduras e prevenir a piora de melasmas e melanoses.

Fique atento às dicas:

– Beber bastante água;
– Manter a pele limpa e seca, com atenção especial às dobrinhas;
– Usar roupas frescas e arejadas;
– Não repetir roupas, pois elas carregam suor e microorganismos;
– Usar sempre filtro solar, mesmo em dias nublados, para evitar queimaduras;
– Usar talcos ou polvilhos antissépticos nos locais afetados;
– Não superaquecer os bebês com excesso de roupa, pois eles também sentem calor;
– Procurar orientação de um médico dermatologista.


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