Colírio sem receita pode causar glaucoma e catarata

Síndrome do Olho Seco afeta 745 milhões de pessoas ao redor do mundo. Foto: Freepik

O uso de colírios sem orientação médica, hábito comum entre quem busca alívio rápido para irritações ou ressecamento dos olhos, pode representar um risco sério à saúde ocular. A facilidade de compra e a aplicação simples contribuem para a automedicação, mas o uso incorreto pode ter consequências graves, como infecções, catarata e glaucoma.

Segundo a oftalmologista Sylvia Passamani, do Hospital de Olhos Vitória, o uso indiscriminado, especialmente de colírios com corticoides, pode comprometer a visão a curto e longo prazo. “Em vez de tratar, eles podem causar infecções, provocar dependência, catarata e glaucoma”, explica a médica.

Substâncias que exigem cuidado

Muitos colírios contêm vasoconstritores, anti-inflamatórios ou antibióticos, que devem ser usados com cautela. Vasoconstritores, por exemplo, são populares para reduzir a vermelhidão, mas podem mascarar a causa da irritação. “Isso atrasa o diagnóstico correto e pode levar a danos irreversíveis à visão”, alerta Sylvia.

No caso dos antibióticos, o uso inadequado favorece o surgimento de bactérias resistentes, dificultando tratamentos futuros. Além disso, o compartilhamento de frascos e o armazenamento inadequado podem contaminar o produto e causar infecções como conjuntivite bacteriana.

Orientações para o uso seguro

A oftalmologista destaca que, diante de qualquer desconforto nos olhos, o ideal é lavar a região com água corrente. Persistindo os sintomas, a recomendação é procurar atendimento oftalmológico para avaliação e prescrição correta.

Entre os cuidados básicos estão:

• Consultar um oftalmologista antes de iniciar o uso de qualquer colírio
• Seguir rigorosamente a dosagem e o tempo de uso indicados
• Evitar usar colírios prescritos para outras pessoas ou em tratamentos anteriores
• Lavar bem as mãos antes da aplicação e não encostar o frasco nos olhos
• Verificar o prazo de validade do produto e descartá-lo se vencido

Mesmo sendo considerados simples, os colírios devem ser tratados como qualquer outro medicamento: com prescrição, controle e orientação profissional adequada.

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