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Bem-estar

Cólica incapacitante não é normal e pode ser sintoma de endometriose. Entenda!

O “Março Amarelo” é uma campanha realizada para conscientizar sobre a endometriose, doença ainda pouco discutida e de difícil diagnóstico entre as mulheres

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No Brasil, cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva convivem com a endometriose. Foto: @katemangostar/Freepik

No Brasil, cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva convivem com a endometriose. Foto: @katemangostar/Freepik

O dia 13 de março marca o “Dia Nacional de Luta contra a Endometriose”, uma doença com sintomas ainda pouco conhecidos e até mesmo “normalizados” entre as mulheres – como a dor de cólica -, além de seu diagnóstico ainda ser difícil de ser dado. A causa da doença não é única, ela pode vir de vários fatores, e o tempo pode ser um fator determinante para conseguir controlar as complicações.

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A campanha de conscientização tem como objetivo trazer mais informações sobre o diagnóstico, tratamento e ações preventivas da doença. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) quase 180 milhões de mulheres sofrem com a doença no mundo. Só no Brasil são sete milhões, sendo uma a cada dez mulheres em idade reprodutiva.

A cantora Anitta revelou sofrer da doença e deu seu relato sobre as dores incapacitantes que sente. A endometriose não é uma doença simples e exige a procura por um diagnóstico o mais rápido possível. Por falta de visibilidade, uma paciente pode demorar até anos para receber o diagnóstico. E quando se fala dessa doença, o conhecimento é poder.

O que é a endometriose?

A endometriose é uma doença inflamatória que ataca o tecido do útero, os ovários, a bexiga e até do intestino. Esse processo inflamatório pode comprometer a função de tecidos e órgãos causando a infertilidade. Os sintomas podem surgir na adolescência, são dores durante relações sexuais, no período menstrual ou no ato de defecar ou urinar.

A mais de 30 anos se estuda o que pode causar a doença. O médico de Endoscopia Ginecológica Dr. Paulo Ayroza Ribeiro esclarece sobre que não há um único fator determinante para a enfermidade. “Existem múltiplos possíveis fatores para a doença. Se sabe que o ponto central de todas essas prováveis causas está no sistema imunológico. A mulher com endometriose possui uma deficiência nesse sistema, essas podem ser originadas de genética ou agressões no meio ambiente”, esclarece.

Diagnóstico demora de 5 à 10 anos

O tempo é um fator determinante na endometriose. O período entre o primeiro sintoma de dor até o diagnóstico definitivo demora, no mundo inteiro, de cinco à 10 anos. No Brasil, segundo estudos, a demora é menor, chega a ser de cinco à sete anos. E é por isso que, cada vez mais, campanhas como o “Março Amarelo” são tão importantes, destaca o Dr. Paulo.

Para tratar a doença, a busca por um médico especializado é extremamente necessária. Ele fará o diagnóstico a partir do histórico da paciente e do exame físico ginecológico. Ele também pode pedir exames complementares, como ultrassonografia transvaginal – não tão eficaz em alguns casos – e ressonância magnética de pelve.

O exame ginecológico minucioso é fundamental. Só com o exame de toque já é possível suspeitar entre 60 e 70%  dos casos de endometriose. Após essa etapa, é hora de acontecer os exames de imagem. “Existem dois métodos eficazes: o ultrassom para o mapeamento de endometriose, também chamado de ultrassom com preparo intestinal, e a ressonância magnética, procedimento mais acessível em algumas localidades”, assegura.

Atenção a cólica menstrual

“A cólica menstrual não é algo que precisa ser vivida, é algo para ser investigada”, destaca o Dr. Paulo. Esse é o primeiro sintoma que pode aparecer em um paciente. No entanto, é preciso atenção, existem dois tipos de cólica: aquela que passa com qualquer medicamento e a dor incapacitante. Essa é a que precisa de atenção redobrada.

“Tudo que tire a mulher de suas atividades diárias – profissionais, sociais, culturais e conjugais – é de fundamental a atenção. As dores que impeçam a vida sexual da mulher também merecem destaque. Se passarmos a valorizar e escutar melhor essas mulheres com esses tipo de dor, vamos ter dado um passo muito grande no diagnóstico e encurtamento do tempo”, revela o Doutor.

Cuidados e tratamentos

A doença não possui uma cura definitiva, mas sim tratamento e acompanhamento médico, são esses que aliviam significativamente os sintomas e podem preservar o futuro reprodutivo da paciente. A mulher com endometriose precisa ter atenção redobrada com seu sistema imunológico. O Dr. Paulo salienta a necessidade de atenção redobrada com sua dieta, atividade física, atividade anti-stress e atividades relaxantes.

O tratamento ainda varia de paciente para paciente, ele é personalizado, de acordo com cada situação. Na maioria dos casos, a indicação está no uso de medicamentos, como hormônios, analgésicos e anti-inflamatórios e na mudança do estilo de vida (alimentação, sono, exercícios físicos, meditação). Em casos específicos e mais graves, pode haver necessidade de cirurgia.

A presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose, a médica Dra. Helizabet Salomão Abdalla Ayroza Ribeiro, ainda destaca o papel da nutrição, que é uma grande aliada no controle dos sintomas da endometriose. “É recomendada uma dieta anti-inflamatória, rica em gorduras de boa qualidade (óleo de peixe e ômega-3); frutas, ricas em vitaminas C e E e vitamina D. Carnes vermelhas, embutidos e alimentos industrializados ultraprocessados devem ser evitados, pois acarretam estresse oxidativo e aumento de hormônios como testosterona e estradiol, influenciando no agravamento da inflamação e da dor”, diz.

Conheça a SBE

A Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) é uma organização de médicos dedicada à promoção da saúde e da qualidade de vida para mulheres portadoras de endometriose – doença caracterizada pelo crescimento do endométrio fora do útero. A SBE atua na disseminação de informações sobre a endometriose para a população e na atualização de profissionais de saúde sobre a doença.


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