Bem-estar
Câncer colorretal: o que torna a doença tão grave?
Tumor que vitimou Preta Gil é o terceiro mais letal no Brasil e tem sintomas discretos, dificultando a detecção precoce

Cantora Preta Gil foi diagnosticada com câncer colorretal em 2023 e passou por tratamento até sua morte, aos 50 anos. Foto: Reprodução/Instagram
Responsável por mais de 20 mil mortes ao ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer colorretal é o terceiro tipo de tumor mais letal do país. A doença, que afeta o intestino grosso e o reto, causou a morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, neste domingo (20), reacendendo o alerta para sua gravidade.
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Segundo a oncologista Juliana Alvarenga, da São Bernardo Samp, o tumor avança de forma silenciosa. “Inicialmente, a doença não possui sintomas. Com o crescimento da lesão, surgem sinais inespecíficos, como desconforto abdominal, inchaço e alterações no padrão de evacuações. O sangramento nas fezes costuma aparecer em fases mais avançadas”, explica.
Colonoscopia é essencial para o diagnóstico precoce
A principal ferramenta para detectar o câncer colorretal é a colonoscopia, recomendada a partir dos 45 anos. Caso o exame não identifique alterações, a repetição é indicada a cada cinco anos. No entanto, lesões suspeitas podem demandar acompanhamento mais frequente.
De acordo com o oncologista Roberto Lima, do Vitória Apart Hospital, a identificação precoce aumenta as chances de cura. “O tratamento é baseado em cirurgia e quimioterapia. Quando diagnosticado cedo, o procedimento cirúrgico é menos agressivo, com recuperação mais rápida e maior chance de cura”, afirma.
Metástases aumentam risco e dificultam o tratamento
Como ocorreu com Preta Gil, casos mais avançados podem apresentar recidiva e espalhamento do tumor para outros órgãos. “As metástases mais comuns são para fígado, pulmão, osso e peritônio. Quando afetam órgãos vitais e não respondem à quimioterapia, pode haver falência múltipla e óbito”, explica Roberto.
Juliana Alvarenga reforça que o risco de metástase está relacionado ao estágio em que o tumor é identificado. “Quanto mais avançada a doença, maior o risco de retorno. Alguns casos ainda desenvolvem resistência aos tratamentos disponíveis”, destaca. Segundo ela, quando as opções terapêuticas se esgotam, pode-se recorrer aos cuidados paliativos ou à inclusão em protocolos de pesquisa clínica — alternativa tentada por Preta Gil.
Hábitos saudáveis são aliados na prevenção
Diferente de outros tipos de câncer, o colorretal possui forte relação com o estilo de vida. Alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e o abandono de hábitos como tabagismo e consumo excessivo de álcool são medidas eficazes de prevenção.
“O câncer colorretal está diretamente associado aos hábitos. Já existem estudos que comprovam que exercícios físicos reduzem a probabilidade da doença e melhoram o prognóstico após o diagnóstico”, afirma Roberto Lima. Segundo ele, manter uma rotina saudável é a melhor forma de reduzir os riscos.
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