Vila Velha tem mais de 500 pessoas vivendo em situação de rua

Moradores em situação de rua. Foto. Josué de Oliveira

Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo nesta terça-feira (10), a secretária de Assistência Social de Vila Velha, Letícia Goldner, compartilhou os desafios enfrentados pelo município no atendimento à população em situação de rua. Goldner destacou o crescimento de um novo perfil de moradores de rua, composto em grande parte por moradores do próprio município que utilizam as ruas como espaços recreativos de consumo de substâncias psicoativas.

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“A gente tem percebido que ali na descida da Terceira Ponte tem sido um espaço muito utilizado”, afirmou Letícia, explicando que há tanto pessoas conhecidas das equipes quanto novos indivíduos que se juntam a eles nas ruas.

Número de pessoas em situação de rua

Em relação ao número de pessoas em situação de rua, Letícia Goldner informou que, atualmente, Vila Velha possui 510 pessoas, distribuídas entre 99 bairros. Esse número já foi muito maior em anos anteriores. “Esse número de 2020 para 2021 era muito maior, a gente chegou a ter 1.500 migrantes, mais de mil pessoas em situação de rua”, explicou a secretária. Ela também mencionou que, embora o número total tenha diminuído, os pontos de aglomeração chamam mais atenção atualmente. “Principalmente aqui, nesse local que você tocou, que eu acabei de passar por ele vindo para trabalhar, é um ponto que tem chamado muita atenção”, completou.

Letícia destacou ainda o sucesso das iniciativas da prefeitura no apoio à população em situação de rua, enfatizando que Vila Velha se tornou referência em empregabilidade dessas pessoas. Contudo, ela também lembrou da importância de continuar enfrentando a questão das drogas de maneira adequada. “A gente precisa tratar essas questões das drogas como elas precisam ser tratadas, para que a gente tenha um mundo, um país livre. Pode parecer ideológico demais ou acreditar demais, mas se a gente perder de foco esse sonho para que a gente tenha uma sociedade melhor, a gente vai parar de tentar transformar a sociedade”, concluiu.

Perfil dos moradores em situação de rua em Vila Velha

Segundo Letícia Goldner, é importante entender que há diferentes perfis de pessoas utilizando as ruas de Vila Velha. Além dos moradores de rua tradicionais, que estão sem residência fixa, há migrantes e, mais recentemente, moradores da cidade que optam por utilizar o espaço público para o uso recreativo de drogas. “Hoje, Vila Velha tem um grande número dessa terceira porcentagem, que são moradores domiciliados de Vila Velha que estão usando a rua como espaço recreativo”, explicou a secretária.

Essa dinâmica é um dos principais desafios enfrentados pela Secretaria de Assistência Social, pois muitos desses moradores não se consideram em situação de vulnerabilidade e, por isso, resistem ao atendimento oferecido pelas equipes de abordagem social.

Ação das equipes de abordagem social em Vila Velha

Vila Velha conta com duas equipes de abordagem social compostas por motoristas, educadores, psicólogos e assistentes sociais, que percorrem o município oferecendo serviços de acolhimento e assistência. “Todo o trabalho é feito com convencimento, buscando criar vínculos e conquistar a confiança dessas pessoas para ajudá-las a superar a situação de vulnerabilidade”, detalhou Letícia Goldner.

Além disso, a cidade conta com o consultório na rua, que oferece atendimento médico direto nas áreas onde essas pessoas estão, contribuindo para a saúde e a redução de danos. A legislação brasileira, entretanto, não permite o recolhimento compulsório dessas pessoas, tornando essencial o trabalho de convencimento para que aceitem o acolhimento.

Serviços oferecidos e impactos em Vila Velha

O município também conta com o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), onde as pessoas podem receber alimentação, cuidar da higiene, retirar documentos e participar de oficinas. Goldner destacou que o trabalho realizado tem gerado resultados positivos, como o aumento da empregabilidade de pessoas em situação de rua. “Vila Velha hoje bateu 35% de empregabilidade de pessoas que estavam em situação de rua”, comemorou a secretária.

Apesar dos avanços, a secretária reconhece que o desafio continua. Pontos de aglomeração de moradores de rua, como o mencionado nas proximidades da Terceira Ponte, têm chamado atenção das equipes de monitoramento, que seguem trabalhando para superar esses desafios com o apoio de várias frentes da prefeitura.

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